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    Camilo Irineu Quartarollo

    Autor de nove livros, químico, professor de química, com formação parcial em teologia e filosofia.

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    Águas do Piracicaba!

    Nem saímos do luto pelas cem toneladas de peixes mortos e sepultados no aterro sanitário, os poluidores voltaram à carga de veneno nas nossas águas

    Água potável (Foto: Agência Brasil)

    Na coragem dos tambores, no frigir do chocalho, somos amigos, somos solidários. O rio dança em nós numa piracema contínua, Piracicaba resiste aos maus empresários. Os deuses sopram sobre as águas na dança dos espíritos, incansáveis e vivos.

    Nem saímos do luto pelas cem toneladas de peixes mortos e sepultados no aterro sanitário, os poluidores voltaram à carga de veneno nas nossas águas, neste fim de mês, matando mais, numa impunidade debochada. 

    A atividade econômica não dá licença para matar! As empresas devem ter normas de conduta e, a outorga legal, somente às devidamente sérias. Em paralelo, a privatização da SABESP nos trará consequências imediatas. O problema não passa longe daqui não, piracicabano. Com isso vão diminuir as águas que vêm dos rios de cabeceira. Ou seja, a concentração de veneno e poluição no rio pode ser maior. Essa sujeirada toda não se diluirá na pouca água do rio. O Semae não faz milagre. A água barrenta, de chuva, é perfeitamente tratável, a sujeira decanta. Contudo, os poluentes de usinas e indústrias se misturam na água, as estações de tratamento não estão equipadas para isso! Cabe às próprias indústrias tratarem seus efluentes, não os jogar no rio simplesmente.

    Quando chega algas ou veneno às estações de tratamento, deve-se interromper de imediato, para não pôr em risco a saúde da população que a bebe, pagamos pela água incolor, insípida e inodora: potável. Os corpos d’água – rios, ribeirões, devem ser fiscalizados desde a nascente pela DAEE e Cetesb. Após a captação e tratamento, os cuidados pelo Semae se estendem aos reservatórios elevados e à água encanada na rede, com coletas e análises de potabilidade. 

    As privatizações têm sido um tiro no pé do usuário. O aumento brutal das tarifas pagas pelos usuários foi uma das razões pela qual países como os EUA reverteram as  privatizações do saneamento hídrico. Outros inconvenientes elencados são a falta de transparência financeira e a má prestação de serviços por terceirizadas. 

    Os principais países que retiraram o saneamento hídrico das empresas privadas foram os EUA, a França, o Reino Unido e a Alemanha. Os EUA remunicipalizaram o serviço em 59 cidades, a França em 49 municípios, a Alemanha em 12 e a nossa vizinha Argentina em 04 cidades, a Hungria e África do Sul, em três cidades, onde definitivamente a privatização deu errado. As grandes cidades que reverteram as privatizações são: Atlanta e Indianápolis (EUA) Accra (Ghana), Almaty (Cazaquistão), Berlim (Alemanha), Buenos Aires (Argentina), Budapeste (Hungria), Dar es Salaam (Tanzânia), Jakarta (Indonésia), Kuala Lumpur (Malásia), Joanesburgo (África do Sul), La Paz (Bolívia), Maputo (Moçambique) e Paris (França), após piora constantes nos serviços de água e esgoto, conforme dados colhidos pelo Sintaema. Amanhã é o seu aniversário, parabéns, Piracicaba!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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