Ainda Estamos Aqui: Brasil, a estrela que volta a brilhar

Na noite de ontem, Fernanda Torres fez história ao conquistar o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama por sua performance arrebatadora em Ainda Estou Aqui. O longa, dirigido por Walter Salles, narra a vida de Eunice Paiva, viúva do deputado Rubens Paiva, desaparecido durante a Ditadura Militar. Com seu discurso emocionante, Fernanda dedicou o prêmio à sua mãe, Fernanda Montenegro e mencionou em seu discurso: “...isso é uma prova que a arte pode sobreviver na vida, mesmo durante tempos difíceis, assim como os que Eunice Paiva passou…”. E o Brasil, com ela, subiu ao palco do mundo para reafirmar sua grandeza cultural, política e histórica. 

A premiação de Fernanda não é um episódio isolado. É a consagração de um Brasil que, nos últimos anos, tem reencontrado seu lugar no mundo, como nos tempos da Bossa Nova e do Cinema Novo. Mas, desta vez, o Brasil não se reinventa apenas pela arte. Ele emerge como exemplo de resiliência democrática, potência econômica em recuperação e liderança política global. 

O Significado de Ainda Estou Aqui - Ainda Estou Aqui é mais do que um filme sobre as dores de um passado autoritário. Ele é um grito de resistência, especialmente relevante em um momento em que o Brasil exorciza os fantasmas de sua história recente. Durante os anos Bolsonaro, a Ditadura Militar foi não apenas relativizada, mas celebrada. Em meio a homenagens aos torturadores de 64, o país parecia à beira de um abismo autoritário. 

A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, resgatou o Brasil desse precipício. Foi uma vitória que transcendeu o campo político. Foi uma reafirmação da democracia, da pluralidade e da dignidade. Lula não só venceu Bolsonaro, como também derrotou a narrativa que buscava reescrever a história e apagar as cicatrizes da repressão. Ao premiar Ainda Estou Aqui, a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (Hollywood Foreign Press Association) reconhece essa luta e celebra o Brasil como símbolo de resistência e renovação. 

Um Brasil que Cresce e Lidera - Se a eleição de Lula trouxe um suspiro de alívio político, os anos seguintes consolidaram um Brasil que voltou a acreditar em si mesmo. Em 2024,  conquistou números excepcionais de  103,9 milhões de pessoas ocupadas, um novo recorde, e 3,7 milhões de empregos com carteira assinada criados desde janeiro de 2023. A nação que cresceu 3,2% em 2023 e encerrou 2024 com a projeção de 3,5% de ampliação do Produto Interno Bruto (PIB), sendo a 6{ economia que mais cresceu, no mundo. A política de valorização do salário mínimo permitiu que o novo valor para 2025, seja de R$ 1.518, aumento de R$ 106 em relação a 2024. Mas, mais do que números, o governo conseguiu algo ainda mais valioso: reverter indicadores alarmantes de miséria e fome. O programa Bolsa Família, ampliado, tirou milhões da extrema pobreza, enquanto a política de valorização do salário mínimo reacendeu o mercado interno. 

A sustentabilidade, antes relegada a promessas vazias, tornou-se pilar central. O desmatamento da Amazônia caiu 50% em dois anos, e o Brasil, líder no uso de energias renováveis, agora exporta tecnologia limpa para o mundo. O protagonismo na COP30, realizada em Belém, selou a reputação do país como uma potência ambiental responsável. 

Politicamente, o Brasil retomou o espaço perdido. Lula, com seu carisma e capacidade de diálogo, recolocou o país como voz ativa em fóruns globais. Sua mediação em crises internacionais e sua defesa de um multilateralismo inclusivo foram amplamente reconhecidas. O discurso na ONU em 2024, que destacou a interseção entre justiça social e preservação ambiental, foi aplaudido como um marco na nova geopolítica global. 

O Brasil no Palco do Mundo - A vitória de Fernanda Torres é emblemática porque encapsula esse momento de renascimento. Não é apenas um prêmio de atuação, mas um reflexo de como o Brasil voltou a encantar e inspirar o mundo. Nos anos 1960, era a melodia suave da Bossa Nova e o futebol mágico de Pelé que projetavam o país no exterior. Hoje, é a combinação de uma arte que encara suas feridas, uma economia que inclui, e uma política que inspira. 

Ao erguer o Globo de Ouro, Fernanda nos lembra de algo essencial: "Ainda estamos aqui". Ainda somos capazes de criar, de resistir, de nos reinventar. O Brasil, que renasce em tempos desafiadores, não é mais um país de promessas adiadas. É uma estrela que voltou a brilhar — e que ilumina o caminho para um futuro de esperança e protagonismo global.