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    Carlos Hortmann

    Professor, filósofo, historiador e músico.

    39 artigos

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    Ainda há pastores que seguem a Jesus!

    Apresento alguns pastores e teólogos que realmente, ao meu ver, procuram seguir os ensinamentos do Jesus de Nazaré. Isto é, procuram unir a mensagem que pregam a sua prática na totalidade da vida

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    A maioria do que assistimos/lemos em jornais, revistas, portais, televisões e afins apresentam-nos uma conotação negativa à atividade pastoral e um certo desprezo pelo trabalho dos mesmos. Com razão. Pois na esmagadora maioria das vezes muitos desses personagens que viram notícias são exploradores ou mercadores da fé, utilizam as instituições religiosas como arma de poder e fonte de riqueza. 

    Essa coluna procura ir num sentido contrário. Abaixo apresento alguns pastores e teólogos que realmente, ao meu ver, procuram seguir os ensinamentos do Jesus de Nazaré. Isto é, procuram unir a mensagem que pregam a sua prática na totalidade da vida. 

    Alguns de vocês devem se perguntar: por que um publicamente marxista-hegeliano está preocupado em escrever ou compartilhar alguns nomes de pastores que tem como referência? Qual é o ponto? De um modo geral, “automaticamente” associam os anticapitalistas/marxistas/comunistas como abominadores da fé ou da crença em Deus. Isso não é bem assim e nem tão simples, contudo, este espaço é muito reduzido para debatermos a minha visão, juízo e posição em relação ao deísmo e ateísmo. Žižek nos dá uma pista sobre isso: “um materialista pode dizer que, embora saiba que não existe um deus, a ideia de um deus, não obstante o ‘move’.” (Žižek, p. 14, 2014).   

    Nesse esteio o velho Hegel ensinou-me algo também importante: de que por mais que você tenha a certeza ou acredite que uma ideia seja/é falsa, teremos a possibilidade de que existam muitas pessoas que acreditam que ela seja verdadeira e conduzam as suas vidas a partir dessa configuração de mundo (ontologia). 

    Dito isso, grande parte da esquerda, tanto radical como parte da moderada/progressista, numa certa posição de arrogância e superioridade (eu incluo-me dentre esses) deixou de conversar e de ter enraizamento orgânico com comunidades religiosas, principalmente aquelas que não caíram nas tentações reacionárias e fascistas dos últimos anos. Um erro grave. O papel sociopolítico que tiveram as “Comunidades Eclesiástica de Base” na formação do campo democrático-popular foi da maior importância – ligados a Teologia da Libertação – vindo a ser, do meu ponto de vista, um exemplo paradigmático do quão importante é termos os progressistas cristãos ao nosso lado na luta por um mundo mais justo e emancipado!

    Repito: acredito que foi um erro estratégico e de análise da esquerda em geral. A realidade concreta é que a classe trabalhadora brasileira, na sua grande maioria, é religiosa ou detentora de alguma crença transcendente. Ignorar tal fato é desprezar a realidade objetiva. Logo, já passou da hora de darmos a importância e centralidade necessária para esse fenômeno, pois ela é parte constitutiva da formação social brasileira. Não haverá emancipação ou superação dessa sociedade capitalista – que destrói a natureza e a vida dos/as trabalhadores/as de todo o mundo – sem a valiosa contribuição dos padres, pastores, teólogos, reverendos que pregam e procuram viver o espírito da mensagem de Jesus. Esses progressistas que batalham por um mundo com mais justiça social e igualdade! 

    Caro leitor, não há nenhuma contradição no fato de acreditar em Deus e lutarmos para colocar fim à exploração dessa sociedade capitalista. Nas próprias palavras de Jesus no livro de Lucas: “fui ungido para libertar os oprimidos”. Do ponto de vista histórico, Jesus foi crucificado, em certa medida, porque enfrentou as estruturas religiosas e políticas da época. Realizou milagre aos sábados, destruiu as bancas dos mercadores do templo e disse que era mais fácil um camelo passar por uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus. E é nesse espírito que lhe peço licença para compartilhar uma lista de pastores e teólogos que li, ouvi e privei, os quais se tornaram uma referência para mim do que é ter uma fé sincera e cristalina nos ensinamentos dos Evangelhos, mas também comprometida com a transformação social. 

    Ricardo Gondim (http://www.ricardogondim.com.br/) da Igreja Betesda;

    Ariovaldo Ramos (https://twitter.com/ariovaldo) da Missão Integral;

    Caio Fabio Jr. (https://caiofabio.net/) do Caminho da Graça;

    Ed Rene Kivitz (http://www.edrenekivitz.com/) da IBAB;

    Ricardo Bitun (https://twitter.com/ricardobitun) da Igreja Manaim;

    Levi Araújo (https://twitter.com/prleviaraujo) da IBAB;

    Samuel Escobar (https://www.facebook.com/Samuel-Escobar-247916801965099/);

    René Padilla (https://www.facebook.com/Ren%C3%A9-Padilla-35898237805)

    Enrique Dussel (https://pt.wikipedia.org/wiki/Enrique_Dussel)

    Maicon Sant'Anna (um amigo querido) pastor Batista; 

    Peço-vos perdão por não conseguir citar nenhuma mulher teóloga ou pastora! 

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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