Aleluia, Messias!
Não há dúvida: Vossa Excelência é o nosso Salvador. Por humildade afirma que, apesar de seu nome do meio, não faz milagres. Mas, para as nossas cepas, fez e continuará fazendo. Aleluia, Messias! Cordialmente, subscrevo-me, Coronavírus.
Senhor Presidente:
Venho, através desta mensagem, agradecê-lo. Por causa de seu apoio irrestrito, o Brasil agora é o país onde mais existem membros de nossa família. E, claro, um desenvolvimento assim não aconteceria sem a ajuda de alguém muito importante.
O que seria de nós sem o seu incentivo a favor das aglomerações? Sem que Vossa Excelência distribuísse remédios ineficazes contra a doença? Ou que atuasse contra a compra de vacinas, espalhando informações falsas do Oiapoque ao Chuí?
A resposta é óbvia: não fossem ações como as acima citadas — além das campanhas de desobediência ao uso de máscaras — agora estaríamos dizimados em seu país.
Não bastassem suas decisões governamentais, Vossa Excelência, em corajosa exposição pessoal, foi a público. Foi, de viva voz, nos defender. Guardaremos com carinho, para sempre, frases de sua autoria como: “nós temos que enfrentar os nossos problemas, chega de frescura e de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”
Ou a clássica: “o Brasil devia deixar de ser um país de maricas”.
E o que dizer do termo “gripezinha”? Em apenas uma palavra, a sua atilada criatividade traduziu à população como deveria agir em relação à nossa presença. Foi o mesmo que bradar em rede nacional de TV: “recebam esses vírus com tranquilidade, não é nada de grave”.
Quatro ministros da Saúde, senhor presidente, quatro! Num curto espaço de tempo foi uma estratégia sensacional. Viabilizou de vez a nossa perpetuação. Sem citar a não-performance do general Pazuello e as fakes news do doutor Osmar Terra.
Tais atitudes já seriam suficientes para que nos ajoelhássemos diante do senhor pelo resto de nossas vidas. Contudo, Vossa Excelência prosseguiu. No tópico vacinas foi ainda mais brilhante. Lembra-se de suas declarações da época?
“Da China nós não compraremos. É decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população pela sua origem”.
“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que queriam obrigar a todos os paulistanos a tomar. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória”.
Em meio a tantas críticas de nossos inimigos em comum, Vossa Excelência conseguiu manter tanto o seu ponto de vista, quanto uma certa graciosidade. Um exemplo foi seu postnas redes sociais, numa selfie com seu cãozinho, onde se lia na legenda: “vacina obrigatória só aqui no Faísca”.
Não há dúvida: Vossa Excelência é o nosso Salvador. Por humildade afirma que, apesar de seu nome do meio, não faz milagres. Mas, para as nossas cepas, fez e continuará fazendo. Aleluia, Messias!
Cordialmente, subscrevo-me,
Coronavírus.
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