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    Durval Ângelo

    Deputado estadual (PT-MG), líder do governo na ALMG

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    Alianças e palanque eletrônico

    Nas eleições em que o PT dialogou com o PSDB, o PMDB se manteve na oposição, reafirmando o perfil de esquerda em Minas, assim como com o apoio aos movimentos sociais, às lutas dos professores, pela terra e contra os danos da mineração, entre outras causas. Quem não perceber isso será engolido pelos fatos

    como utilizar a urna eletrônica (Foto: Durval Ângelo)

    É fato: as novas regras eleitorais vão alterar a configuração das campanhas em 2018 e podem vir a ser decisivas. A redução do período de campanha para 45 dias, que já vigorou em 2016, impõe dificuldades, inclusive em relação ao tempo de cada partido na propaganda eleitoral gratuita.

    Haverá, ainda, limitação de gastos e na captação de recursos. Mantém-se a vedação ao financiamento privado, mas cria-se o financiamento semipúblico, já que o candidato poderá doar para a própria campanha. Os tetos de gastos para candidatos ao governo e ao Senado serão proporcionais ao eleitorado de cada Estado. Para Minas, isso representa R$ 14 milhões para candidatos a governador e R$ 4,2 milhões para postulantes ao Senado. Já para candidatos a deputado federal, o teto será de R$ 2,5 milhões e, para estadual, de R$ 1 milhão.

    Fica evidente que, num Estado do tamanho de Minas, a propaganda eleitoral gratuita será decisiva. Com uma campanha mais curta, nenhum candidato terá mais condições de percorrer todo o Estado. Essa restrição, sem dúvida, favorecerá os mais conhecidos e aqueles que já exercem mandato, assim como vai requerer a formação de mais alianças partidárias.

    Nesse quadro, muito se comenta sobre a aliança para a reeleição do governador Fernando Pimentel. Está claro que será mantida a coligação vitoriosa em 2014: PT, PMDB, PCdoB, PROS e PRB. Agora, porém, o PMDB está no centro da discussão. O que não é de se estranhar, pois durante os 23 anos em que tenho estado na Assembleia quase sempre mantivemos a aliança com os peemedebistas, seja em coligações, seja na formação de blocos de oposição ou na base de apoio ao Executivo, como agora.

    Houve exceções, é verdade. Nas eleições em que o PT dialogou com o PSDB, o PMDB se manteve na oposição, reafirmando o perfil de esquerda em Minas, assim como com o apoio aos movimentos sociais, às lutas dos professores, pela terra e contra os danos da mineração, entre outras causas.

    Quem não perceber isso será engolido pelos fatos.

    Em carta ao presidente nacional do partido, integrantes do PMDB de Minas defenderam a reedição da aliança com o PT. Para eles, é a "mais promissora", pois possibilitará "manter e reforçar o atual peso do PMDB em Minas" e ampliar o número de parlamentares. O manifesto teve a adesão de quase a totalidade da bancada estadual, de maioria expressiva da executiva mineira e de cinco dos seis deputados federais, sendo que o único contrário tem a intenção de disputar o governo.

    Impossível não reconhecer a importância dessa aliança para a continuidade do projeto no governo de Minas. Mais do que isso, é preciso ampliá-la, e, nesse sentido, temos dialogado com vários outros partidos, buscando uma interlocução que já existe no Legislativo e tem garantido a governabilidade. Além de fortalecer a coligação, a ampliação do leque garantirá mais tempo de propaganda para que Pimentel possa falar aos mineiros. É com os pés no chão e um projeto para o Estado que avançaremos rumo à vitória mais uma vez. Do outro lado, as "viúvas" choram inconsoláveis: o imperador está nu...

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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