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Davis Sena Filho

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Aprosoja, o Brasil que ela quer e nós não queremos — Luta de classe, fascismo e Governo

O agronegócio serve e age, descaradamente, no papel de plataforma política para a extrema direita brasileira

Aprosoja (Foto: Reprodução/Matheus Alves)

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As coisas são assim para os privilegiados deste país: uma associação de gente rica, produtora e exportadora de soja e milho do Estado do Mato Grosso, que vive na jogatina do dólar e do câmbio para sempre se dar bem na vida, ainda é beneficiada com o dinheiro público, cujo propósito é incentivar o setor do agronegócio, aquele que se diz “tech, pop e tudo”.

Dessa forma, o agronegócio serve e age, descaradamente, no papel de plataforma política para a extrema direita brasileira, além de financiar reuniões de fascistas, a exemplo do encontro que aconteceu recentemente em Balneário Camboriú, com a presença dos extremados do campo da direita, Jair Bolsonaro e Javier Milei, que, indubitavelmente, são os próceres do ódio e da intolerância, dos preconceitos e da violência, além de responsáveis diretos pelas crises políticas vivenciadas na América do Sul.

Camboriú hoje é tida como a “Miami” brasileira para a burguesia chamar de “minha”. A cidade de estimação dos ricos e muito ricos, que apoiaram com dedicação e empenho, nas eleições presidenciais, o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua corja de patifes, muitos deles estão presos e outros irão, certamente, para a cadeia, porque investigados, se não for encarcerado o próprio Bolsonaro, conforme suas implicações e ações, que a Polícia Federal chama de crimes, que obviamente já estão sendo examinados e verificados pelo STF e também pela PGR.

Os fascistas pensaram que iriam ficar mais quatro anos no poder presidencial para, definitivamente, transformar o Brasil em um curral de terceiro mundo dos ricos tupiniquins e dos países ocidentais considerados desenvolvidos, em especial os Estados Unidos, o verdadeiro amor dessa escória escravocrata, brega e ignorante, que rouba há séculos este país, bem como se comporta como subalterna e subserviente, além de sempre expor, sem o mínimo de vergonha na cara, seu inenarrável e incomparável complexo de vira-lata.

Por sua vez, a Aprosoja mato-grossense, uma das inúmeras associações de empresas rurais que tiveram atuação lamentável e dolosa no período tenebroso do desgoverno militar e ultraneoliberal da dupla Bolsonaro/Paulo Guedes, é composta por grupo de ruralistas milionários, cujo segmento lucra bilhões com exportações e não planta um pé de feijão, de maneira a cooperar para baratear a mesa de todas as famílias brasileiras, que desde o desgoverno usurpador e golpista de Michel Temer sentiu na pele e no corpo o abandono do poder público.

O resultado do desgoverno desses inconsequentes e irresponsáveis apareceu rapidamente, por intermédio de alta carestia da comida, do desemprego em massa, da volta de doenças já eliminadas pelo Brasil, do aumento da pobreza e da violência, além do desmonte criminoso do Estado nacional, que praticamente parou de atender à população em todos os setores e segmentos da vida brasileira, bem como entregou aos predadores da iniciativa privada estatais importantes e estratégicas para o crescimento econômico e a soberania do Brasil e de seu povo.

Além disso, projetos foram engavetados, programas sociais enfraquecidos ou extintos e dezenas de milhares de obras foram paradas, o que aumentou o desemprego e prejudicou a infraestrutura do país. O Brasil parou de investir no Brasil e estatais como a Petrobras e Eletrobras foram criminosamente dilapidadas, pois o interesse era a total privatização delas e posterior entrega ao empresariado nacional e internacional, além de seu conhecimento científico e tecnológico conquistado pelo esforço de décadas de pesquisadores, cientistas e servidores brasileiros, com financiamento dos contribuintes desta nação.

Trata-se, na verdade, da maior transferência de renda e riqueza, bem como do patrimônio e dinheiro públicos para o mundo empresarial na história do Brasil, por meio da majoração exponencial dos preços e da dolarização de produtos importantes para qualquer economia, a exemplo do óleo e da gasolina. São empresários como os que controlam a Aprosoja que apoiam e financiam golpes, mas que historicamente sempre se mostram desprovidos de preocupações com projetos de desenvolvimento para que o país seja independente e, com efeito, dono de seu destino.

E quem são os muitos atores que participaram dessa conspiração e sabotagem contra o país, a partir de 2013, com o início das manifestações de direita e de extrema direita, para depois, em 2016, concretizar o golpe de estado contra a presidente Dilma Rousseff, até terminar com a prisão do ex-presidente trabalhista Luiz Inácio Lula da Silva, em 2018, para impedir que ele conquistasse novamente o mais importante poder republicano? Quem são?

Evidentemente que entre os diferentes e inúmeros grupos de golpistas e usurpadores estão os empresários do agronegócio, sendo que a Aprosoja, cuja produção é para atender à demanda para ração de animais, teve atuação política sistemática e diuturna, a fim de apoiar o pior e mais irresponsável grupo de políticos de todos os tempos da história do Brasil, um país rico de povo pobre, sendo que incontável número de brasileiros não têm acesso à segurança alimentar.

Na verdade, um bando liderado por Jair Bolsonaro, um perigoso extremista de direita, que hoje vive às turras com acusações e denúncias de ter incorrido em um sem-número de casos de corrupção, de acordo com a Polícia Federal. Um político protofascista, que elogia a ditadura militar de 1964 e considera a tortura um instrumento de combate político contra seus adversários, geralmente progressistas e de esquerda.

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) está envolvida até a medula no que é referente a apoios políticos e financeiros aos extremistas de direita, como o fez ao patrocinar a quinta edição da Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC).

O encontro dos bárbaros, que sabotam de morte seus próprios povos, que trabalham apenas pelos interesses do empresariado quando controlam governos, foi realizado nos dias 6 e 7 de julho, na cidade de Camboriú (SC), o lugar badalado pelo jet set narcisista e amante do atraso e do retrocesso, além de promotor e patrocinador da caipiragem e breguice desprovidas de vergonha e noção.

Essa gente preconceituosa e violenta agora tem sua “Miami” exclusiva pra chamar de “sua”. Porém, antes tem de se reunir para mentir sobre o governo popular do presidente Lula e sabotar suas ações em prol da população, da sociedade, da cidadania, e usar a desculpa ladina e sorrateira de “lutar” pela “democracia” e “liberdade”.

Contudo, todo mundo sabe, até os recém-nascidos e os alienados, que a extrema direita e, em particular, o Bolsonaro e sua malta de golpistas, incentivaram as pessoas incautas e ignorantes, mas reacionárias, a tentar um golpe de estado, assim como quebrar para valer as sedes dos Três Poderes, em Brasília, bem como permitiram no decorrer de meses que esses mesmos golpistas acampassem em frente aos quartéis por vários meses, a partir da vitória eleitoral de Lula, em outubro de 2022.

A verdade é que essa laia neofascista, oriunda do baixo clero parlamentar, das redes sociais via internet, de igrejas evangélicas que insistem com a Lei de Talião apesar da Nova Aliança de Jesus Cristo, do setor rural praticante da monocultura e defensor do latifúndio, a exemplo da Aprosoja, da bancada da bala, a ter ainda políticos envolvidos com o mundo do crime, além das ações deletérias da imprensa de mercado e de negócios privados, à frente do consórcio golpista e usurpador o Grupo Globo dos irmãos Marinho. Uma famiglia useira e vezeira em apoiar e participar de golpes de estado.

Trata-se, camaradas, da imprensa familiar, comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?!) e reverberadora de fake news, ou seja, de mentiras e distorções das realidades fáticas, porque totalmente envolvida com o processo draconiano para derrotar o PT, se possível extingui-lo, além de se acumpliciar dolosamente com os pés-de-rato da Lava Jato, uma operação farsesca e fraudulenta, que se mostrou, e foi comprovado, que era um verdadeiro covil de delinquentes, plenos de intenções políticas e de ardor ferrenho pelo poder. Fato!

Desse modo, torna-se óbvio que é defensora e propagadora de movimentos políticos autoritários, a exemplo da Lava Jato, que foi liderada por juízes, procuradores e policiais federais, que corromperam suas instituições e órgãos, bem como realizaram intervenções criminosas contra a ordem democrática e a Constituição, a perseguir pessoas e destruir empresas gigantes, que disputavam mercados até no exterior e empregavam milhares e milhares de trabalhadores, de maneira direta e indireta.

E a Aprosoja-MT, hein? Respondo: sempre se colocou ao lado dos golpistas e usurpadores, assim como se juntou à extrema direita. Recebe verbas públicas como incentivo ao agronegócio e se vale desses recursos para patrocinar encontros da extrema-direita, a estrelar a comezaima os fascistas Bolsonaro e Milei. E ainda tem a cara de pau de dizer que não era atividade política. Era então o quê, cara pálida? Uma farra entre amigos?

Por isso, está mais do que na hora de dar um basta a esse tipo de situação, em que empresários milionários de um setor econômico bilionário, que recebem recursos públicos, fiquem a patrocinar movimentos políticos, ideológicos e partidários. A Aprosoja e seus membros são homens de negócios, e ponto final. Não podem promover movimentos político-partidários e depois mentir ao afirmar que o encontro entre os fascistas da militância política de Santa Catarina, que receberam Bolsonaro e Milei para um evento francamente político com a presença de bolsonaristas do PL, não foi uma reunião política. É mole ou quer mais, cara pálida?!

Os líderes da Aprosoja ainda disseram, na maior cara de pau, que o encontro dos fascistas, golpistas e usurpadores teve a intenção de defender a “liberdade”. Só se for a “liberdade” para realizar golpes de estado, tirar direitos e garantias da sociedade brasileira, desempregar em massa os trabalhadores, aumentar os preços de forma descarada, entregar as empresas públicas, incendiar as matas, matar indígenas, gays, mulheres, negros, ativistas e sindicalistas, além de servidores públicos em pleno serviço, a fim de fazer do Brasil um pardieiro, que é uma forma malévola de efetivar o controle sobre as riquezas deste país, juntamento com o congelamento dos salários.

A Aprosoja apoiou literalmente um golpe de estado, a prisão injusta e absurda de Lula e até hoje, ao invés de cuidar de seus negócios de forma republicana e dialogar de maneira séria com o governo, resolve ser parceira de fascistas que tentaram um golpe de Estado terceiro-mundista.

Trata-se da cara e do focinho de certo empresariado, que vai para Miami e pensa que nasceu lá e aqui no Brasil age como se fosse o príncipe herdeiro da escravidão. Lá, um subalterno considerado de segunda classe pelos estadunidenses, mesmo tendo muito dinheiro. Aqui age com presunção e delinquência, principalmente quando se trata de política.

A Aprosoja tem de trabalhar, empregar pessoas, ajudar a desenvolver o país e entender que sem o empenho dos trabalhadores ela não é nada, como comprovou, ipsis litteris, a pandemia do Novo Coronavírus, quando empresários, sem o povo consumidor e os trabalhadores encararam a falência. A Aprosoja está diretamente envolvida com a luta de classes, com a exclusão do povo brasileiro e com a extrema direita. É isso aí.

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