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Túlio Ribeiro

Economista, pós-graduado em História Contemporânea, mestre em História social e doutorando em Desenvolvimento Estratégico pela UBV de Caracas. Autor do livro A Política de Estado sobre os recursos do petróleo, o caso venezuelano (2016). Autor participante do livro A Integração da América latina: A História, Economia e Direito (2013)

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As armas da Inglaterra e OTAN contra a Argentina e América do Sul

Raramente é tangível para os que não acompanham a sequência da história, mas a realidade retrata que a América do Sul está prestes a se transformar em mais um campo de batalha induzido pela Organização do Tratado do Atlântico Norte

Raramente é tangível para os que não acompanham a sequência da história, mas a realidade retrata que a América do Sul está prestes a se transformar em mais um campo de batalha induzido pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Foto: Túlio Ribeiro)

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Raramente é tangível para os que não acompanham a sequência da história, mas a realidade retrata que a América do Sul está prestes a se transformar em mais um campo de batalha induzido pela Organização do Tratado do Atlântico Norte. A Inglaterra passou a mirar seus mísseis CAMM, sucessores do Sea Wolf,para Argentina a partir das Ilhas Falkland  que na verdade são as Malvinas invadidas em 1833 com a expulsão do governo portenho.
 
O escudo balístico " Land Ceptor", da base da OTAN na ilha,  é uma ameaça a todo o continente que mantém 150 anos de paz entre nossas nações. O gasto supera as 250 milhões de libras, uma valor desproporcional ao argentino que comprou 5 aviões por 15 milhões de dólares. Mais do que um sistema de defesa, ele se aclara como uma força de hostilidade aos latino-americanos. Uma investida contra as reservas de petróleo, gás e exploração da pesca em nossos mares.
 
O governo de Mauricio Macri, que recentemente permitiu ao "Comando  Sul dos EUA" monitorar de Buenos Aires a tríplice fronteira com influência sobre o Aquífero Guarani, recebeu o maior diplomata do país europeu. O chanceler britânico Boris Johnson foi recepcionado com tapete vermelho pelo ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Faurie. Em conjunto, anunciaram mais uma arremetida contra soberania portenha: a abertura do espaço aéreo para 5 companhias inglesas servirem melhor as "Malvinas", e em sequência o acordo de reconhecimento da atividade pesqueira nas suas águas pelos anglo-europeus.
 
Na mesma ordem de ideias, a OTAN inseriu a Colômbia como "sócio global",o primeiro da América Latina. O país caribenho, que já possui um alto grau de militarização com as 7 bases estadunidenses em seu território, traz para nossas terras uma força acostumada em nome da paz, dissimular a guerra. Este modelo foi o que ocorreu na Ucrânia, com intensão de debilitar a Rússia. Nem mesmo alguns países europeus escolheram participar do tratado,como Chipre,Áustria,Finlândia, Suécia, Irlanda, Suíça dentre outros.
 
O argumento de desenvolver a segurança interna não se sustenta, a medida que nações com esta seara e aliadas dos europeus descartaram a possibilidade, como Israel, Arábia Saudita e Egito. A verdade se retrata  que longe de questões de proteção interna de cada país, está na questão externa os objetivos. O propósito é intimidar governos progressistas como El Salvado,Venezuela, Nicarágua e Bolívia. Nunca em " Nuetra America" possuímos nações aliadas nem da OTAN, nem do Pacto de Varsóvia, mesmo no auge da guerra fria. Pode-se recorrer,em termos de exemplificação, a presente pressão feita pela Inglaterra e OTAN sobre a Guiana para que passasse disputar uma faixa do mar do caribe que seria da Venezuela, a razão é o interesse da Shell em explorar estas reservas de petróleo.
 
Uma explicação possível é que a organização persiga agora afrontar a participação e investimentos  ascendentes de Russia e China na região. Nossas nações, recorrentes em manter a paz, explicitada até em acordos como o da CELAC em 2014, podem passar enfrentar situações de confronto bélico. O paradigma de dividir para governar,  chegariam depois de serem utilizados no Oriente Médio e África. Esta atitude além de mudar nosso caráter  pacifista, pode abrir um enorme mercado para indústria armamentista dos EUA, Europa e Israel.
 
Em outro campo de preocupação,pode significar transferência de volume considerável de recursos da área social para militar. Uma contradição para uma população que necessita se desenvolver com distribuição de renda, em vez de uma corrida por armas. Acordos como estes minam a liberdade das instituições nacionais, e inserem países como a Inglaterra e EUA como participantes de nossa gestão.
 
Os caminhos levam a uma mirada que a OTAN busca controlar o continente com ameaças travestidas de alianças. A passagem da Terra do Fogo permite transportar mais toneladas do que é possível no Canal do Panamá. O petróleo que se finda nos mares do norte, se mostram em muitos barris no pré-sal do continente. O gás boliviano é a segunda reserva do planeta. O crudo venezuelano é maior do mundo em volume. O complexo de água da Amazônia e o Aquífero Gurani sustentam o globo.
 
Em que pese a OTAN e mais especialmente os Estados Unidos e Reino Unido, reproduzam pelo mundo discursos pela paz e busca de segurança, a América do Sul tem as riquezas que lhe farão decidir pela guerra como meio de se apoderar destes recursos. 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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