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Marcelo Auler

Marcelo Auler, 68 anos, é repórter desde janeiro de 1974 tendo atuado, no Rio, São Paulo e Brasília, em quase todos os principais jornais do país, assim como revistas e na imprensa alternativa.

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Juiz Malucelli, que mandou prender Tacla Duran, tem ligações diretas com a família Moro

Marucelli é pai do advogado João Eduardo Barreto Malucelli, que aparece nos cadastros da OAB como sócio de Sérgio Moro e da esposa dele, Rosangela Wolf Moro

Sérgio Moro, Rosangela Moro e Marcelo Marucelli (Foto: Reprodução/Redes Sociais | Reprodução/TRF-4)

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A decisão do juiz federal Marcelo Marucelli, atualmente na 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, revalidando o mandado de prisão de 2016 contra o advogado Rodrigo Tacla Duran – TRF-4 revalida prisão de Tacla Duran, que cancela viagem -, certamente vai gerar um debate em torno da imparcialidade do magistrado.

Marucelli é pai do advogado João Eduardo Barreto Malucelli, registrado na OAB do Paraná sob nº 113601, que aparece nos cadastros da mesma OAB como sócio do ex-juiz Sérgio Moro e da esposa dele, Rosangela Wolf Moro, no escritório Wolf & Moro Advogados Associados.

A decisão já estava sendo questionada diante da determinação do então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, em 14 de março passado, mandando suspender as duas ações em tramitação contra Tacla Duran na 13 Vara Federal de Curitiba. A partir dessa suspensão, o novo titular daquela vara, juiz Eduardo Appio, revogou o mandado de prisão preventiva decretado pelo ex-juiz Sérgio Moro, em 2016. Malucelli entendeu que Appio não poderia ter feito isso, e cancelou sua decisão.

Em conseqüência da decisão de Marucelli tomada na terça-feira (11/04), Tacla Duran suspendeu seu embarque para o Brasil onde deverá prestar depoimento tanto ao juiz Appio, como à Polícia Federal.  Ele, desde 2016, denuncia ser vítima de extorsões praticadas pelo advogado Carlos Zucoloto Júnior que não apenas trabalhou no mesmo escritório com Rosangela Moro, como ainda é padrinho de casamento do casal.

O parentesco foi denunciado por leitores

A extorsão, conforme tem insistentemente narrado Tacla Duran, seria para facilitar a sua situação nas ações penais em que foi denunciado por lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato de Curitiba. As acusações foram respaldadas em provas recolhidas de arquivos da Construtora Odebrecht, depois anuladas pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante dessa decisão da Segunda Turma, o então ministro Ricardo Lewandowski, antes de se aposentar naquela corte, determinou a suspensão de cinco ações penais abertas a partir das provas consideradas imprestáveis. Duas delas têm Tacla Duran como réu e tramitam na 13ª Vara Federal de Curitiba.

A partir da suspensão das ações por Lewandowski, Appio, no dia 16 de março revogou os mandados de prisão contra Tacla Duran que perduraram por sete anos. Alegou que o advogado/réu tem direito de se defender em liberdade até o trânsito em julgado dos processos. Essa revogação foi suspensa pelo juiz Marucelli, na última terça-feira.

Nesta quinta-feira (13/04), a partir da divulgação da decisão do juiz Malucelli, alguns leitores do Blog nos remeteram o cadastro de registro da Wolf & Moro Sociedade de Advogados, na qual o filho do juiz, João Eduardo, aparece como sócio do casal Moro. O escritório funciona no bairro Juvevê, em Curitiba.

Em decorrência da eleição do casal Moro para o Congresso Nacional – Rosangela é deputada federal, por São Paulo, e ele é senador, pelo Paraná, ambos na legenda do União Brasil – o escritório de advocacia vem sendo tocado pelo jovem advogado, filho do juiz federal da 8ª Turma do TRF-4.

Malucellis se calam

O Blog, através da assessoria de comunicação do TRF-4 questionou o juiz Malucelli sobre seu parentesco com João Eduardo e do possível impedimento de sua atuação no caso envolvendo um desafeto direto do casal Moro, de quem o filho é sócio. Além de um e-mail encaminhado às 16h00 à assessoria, também telefonamos cobrando uma posição. Até as 19h00 não recebemos nenhum retorno do tribunal.

Mais cedo, porém, o editor do Blog telefonou diretamente para João Eduardo que após confirmar sua identidade, recusou-se a responder se é realmente parente do juiz. Travamos um dialogo amistoso e respeitoso, mas ele não quis admitir o parentesco.

Depois de nos apresentarmos e explicarmos o motivo da ligação, ele tentou encerrar a conversa:

Eu peço desculpas, mas agora eu não estou podendo falar...”

Blog – Nem dizer se você é parente do desembargador?

“Não”.

Blog – Não?

“Não. Me abstenho de dizer…

Blog – Então é sinal de que tem algum parentesco, eu posso deduzir isso, certamente…

Não foi isso que eu falei. Não é senhor Marcelo?”…

Blog – Não, não foi isso que o senhor falou. Nem estou dizendo que o senhor me falou isso… Estou dizendo que eu posso deduzir que algo existe.

“Não, mas daí é o senhor que está dizendo, não é? Dedução é uma coisa muito pessoal”.

Blog – Está bom, de qualquer forma eu agradeço a sua atenção, o meu celular está ai e caso você resolva esclarecer e eu agradeço o esclarecimento. Tenha uma boa tarde e me desculpe qualquer inconveniente.

Para bom entendedor, nem sempre é preciso uma confirmação direta. Meia palavra basta.

Ouça a conversa com João Eduardo Malucelli: 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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