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    Laurez Cerqueira

    Autor, entre outros trabalhos, de Florestan Fernandes - vida e obra; Florestan Fernandes – um mestre radical; e O Outro Lado do Real

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    As manifestações antidemocráticas vão murchar diante dos olhos do mundo

    "Lula ganhará projeção internacional logo no início do seu mandato", destaca Laurez Cerqueira

    (Foto: Ricardo Stuckert)

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    Bolsonaro sai da cena política. Encerrada a tragédia e seus grotescos atos. Ele desaparecerá das telas. Aconteceu com Collor, o “caçador de marajás”. Câmeras e microfones se voltam, agora, para Lula, que reaparece surgido das cinzas, como Fênix.

    Seguidores de Bolsonaro, movidos pelo ódio, estão sofrendo uma frustração imensa, por conta da bolha de mentiras que lhe vendeu a vitória do Bolsonaro no primeiro turno das eleições e não entregou.

    Vendeu a mesma ilusão no segundo turno, ele também não entregou. Agora tenta vender a tal “intervenção federal”, e não têm como entregar. Agitam a bandeira do Brasil com o lema Ordem e Progresso, ao mesmo tempo incitam a população à desordem, à violência, ostentando uma contradição que não se põe em dúvida.

    Não se conformam com a recusa dos comandantes das Forças Armadas de jogarem fora das quatro linhas da Constituição, de se tornarem bando armado, fora da Lei e da ordem. Eles não querem confusão, nem bancar as pretenções golpistas insinuadas por Bolsonaro, diante dos olhos do mundo.

    Eles sabem dos relatório das embaixadas, de informações sobre os acontecimentos no Brasil, que são encaminhados, diariamente, aos respectivos governos.

    A “guerra fria” acabou, não há mais governos entre quatro paredes. Os militares que têm o mínimo de discernimento sabem que um golpe militar no Brasil contra o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, teria forte reação internacional, não teria a menor condição de sobrevivência.

    O próprio vice-presidente, Hamilton Mourão, disse que “acabou”, “não adianta mais chorar”. Governadores do mesmo campo também se posicionaram contra os bloqueios, as manifestações e pediram respeito ao resultado das urnas e às instituições.

    Bolsonaro tentou apoio dos militares, não conseguiu. Pediu arrego ao STF, não conseguiu. Está isolado, ilhado na sua derrota. Ele sabe muito bem o que fez no governo e o que o aguarda nos tribunais insultados por ele.

    Ele foi obrigado a recuar na escalada do fechamento de rodovias, por afetar o empresariado, causar graves transtornos nas vidas das pessoas e revolta da população contra ele mesmo e o movimento que lidera.

    Além disso, o judiciário está investigando os líderes do movimento antidemocrático, – servidores militares e civis – que estão prevaricando, descumprindo ordens judiciais, identificando cada um, para as devidas punições a bem do serviço público.

    Tendo em vista a gravidade dos fatos, as punições devem ser exemplares, para que seja resgatada a disciplina nas corporações de segurança pública e o cumprimento da lei e da ordem.

    Mais de 200 procuradores das procuradorias da União, dos Estados e do Distrito Federal, estão mobilizados, investigando, juntamente com a Polícia Federal, ABIN, serviços secretos do Exército, Marinha e Aeronáutica, mais as corregedoria das polícias Civil e Militar, dos Estados, a pedido do Poder Judiciário, para identificação e punições severas aos servidores militares e civis, que cometeram crimes contra o Estado Democrático de Direito e outros crimes previstos nas leis ordinárias.

    O movimento vai murchar à medida que as investigações começarem a produzir efeitos e o ex-presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, avançar na articulação internacional, para respaldar sua posse e o exercício do seu mandato.

    Lula ganhará projeção internacional logo no início do seu mandato. Há razoável expectativa da presença dele no cenário político internacional, tão carente de líderes capazes de alavancar as urgentes pautas que tanto aflige o mundo, como a erradicação da pobreza, as mudanças climáticas, a paz e a harmonia entre as nações. Ele deve começar pela erradicação da pobreza, meio ambiente e mudanças climáticas.

    Ele foi convidado pelo Fórum Econômico Mundial, para apresentar para o mundo o projeto do seu governo.

    O espírito democrático do presidente Lula e sua luta pela erradicação da pobreza sensibiliza o mundo. Lula tem convencido pedagogicamente lideranças governamentais, empresariais, acadêmicas e de outras categorias, que é possível erradicar a pobreza e dar oportunidade e dignidade aos mais pobres, promover o desenvolvimento e o bem estar social.

    Lula propõe aos líderes mundiais debater a crise global gerada pelo projeto neoliberal e um projeto de desenvolvimento sustentável tendo o Estado como indutor do crescimento, com metas claras para erradicação da pobreza, inclusão social e redução da desigualdade. Afinal, ostentar riqueza ladeado pela pobreza, é barbárie.

    O projeto de governo do Partido dos Trabalhadores tem como eixo central, essas premissas. É o mesmo que foi interditado no Brasil pelo golpe que derrubou a presidenta Dilma, em 2016.

    Em nota, o chefe da diplomacia da União Europeia cumprimentou o ex-presidente Lula pela eleição, fez questão de reforçar a importância da liderança dele na construção da democracia e da paz entre as nações e o convidou para discursar no Parlamento Europeu.

    Foi convidado também pelo presidente do Egito, Abdel Fattah al-sissi, para participar da COP-27, no Egito, antes da posse. A expectativa sobre a política de meio ambiente do governo Lula é imensa.

    Lula recebeu telefonemas, cumprimentando-o pela vitória nas eleições, de chefes de Estado das maiores nações do mundo, mais de 90 chefes de Estado, entre eles, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

    E tem mais: a ministra Rosa Weber, presidenta do Supremo Tribunal Federal, deve decidir, em breve, sobre a ação que questiona a inconstitucionalidade do “orçamento secreto”.

    O Tribunal de Contas da União aguarda essa decisão para dar início às investigações sobre a liberação de verbas do governo Bolsonaro aos deputados e senadores do “Centrão”, que o livrou de vários pedidos de impeachment e o apoiou na disputa eleitoral.

    Lula deve revogar todos os decretos de sigilo baixados por Bolsonaro. O que está escondido será exposto em praça pública sob o sol do meio dia.

    Tudo isso vai revelar quem é Bolsonaro e dissolverá qualquer tentativa de golpe contra a democracia e o Estado Democrático de Direito.

    Caso haja tentativa, certamente haverá mobilização internacional, sanções da ONU e apoio contra a instauração de qualquer regime antidemocrático no Brasil.

    A transição de governo começou. As equipes de Bolsonaro e Lula trabalham juntas, de acordo com a Lei.

    “Acabou como disse o vice-presidente, General Hamilton Mourão.

    O movimento da extrema direita, que não aceita a derrota nas eleições, vai murchar diante dos fatos. A verdade vencerá as mentiras e a manipulação.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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