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Padre João

Deputado federal pelo quarto mandato, presidiu a Comissão de Direitos Humanos e Minorias na época do crime da Samarco e hoje é relator de barragens na Comissão Externa de Fiscalização de Barragens de Mariana e Brumadinho

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Assim caminha a humanidade: vereador de SP quer matar de fome a população em situação de rua

"Não podemos permitir que essa proposta absurda se torne lei"

Rubinho Nunes (Foto: André Bueno/Rede Câmara)

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Por Padre João e Leleco Pimentel

Ao longo dos tempos, Jesus sempre nos ensinou a partilhar o pão com nossos irmãos, no entanto, alguns políticos brasileiros parecem dispostos a negar o pão a quem tem fome. A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, na última quinta-feira, 27, em primeiro turno, um Projeto de Lei do vereador Rubinho Nunes (União) que impõe uma multa de R$17 mil para quem distribuir alimentos para pessoas em situação de rua. Essa medida arbitrária vai contra qualquer senso de humanidade e compaixão pelo próximo. Surpreendentemente, o mesmo autor já havia tentado instaurar uma CPI contra o Padre Júlio Lancellotti.

A fome continua a ceifar muitas vidas, lembrando a parábola de Lázaro e do rico avarento. “Dai-lhes vós mesmos de comer" (Mt 14, 16) é um princípio fundamental para a Igreja, em conformidade com os ensinamentos de solidariedade e partilha de Jesus Cristo. Nas palavras do Papa Bento XVI em sua Encíclica CARITAS IN VERITATE, ele destaca que é uma responsabilidade da Igreja, inspirada por Jesus Cristo, o ato de fornecer comida para aqueles que sofrem de fome.

Ao contrário de negar a ajuda, deveríamos estar buscando soluções colaborativas. Por que o vereador não sugere políticas públicas que garantam o acesso à alimentação digna para o povo em vulnerabilidade social? Por que não pressionar a prefeitura de SP para expandir os restaurantes populares, oferecendo refeições gratuitas para essas pessoas? Por que o ódio aos necessitados e, pior, à quem os estende à mão?

É inaceitável que um político - funcionário do povo -, esteja impedindo a sociedade e as ONGs de realizarem o trabalho que, na realidade, deveria ser incumbência do poder público. É absurdo que, nesse cenário, as instituições que prestam auxílio sejam vistas como o problema, ao invés da fome que assola a população paulistana.

Em dezembro de 2023, o vereador Rubinho Nunes propôs uma CPI para investigar as ONGs na Cracolândia, no Centro de São Paulo. Em um vídeo sensacionalista, ele chegou a ameaçar levar o Padre Júlio Lancellotti algemado para depor. Posteriormente, a Polícia Civil iniciou uma investigação sobre possíveis abusos de poder por parte do vereador. Tais condutas evidenciam que Rubinho opõe aqueles que praticam o bem e cuidam dos mais necessitados.

Não podemos permitir que essa proposta absurda se torne lei. Mesmo não sendo nosso estado de atuação, devemos defender essa população vulnerável e lutar contra medidas tão desumanas.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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