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    Juan Manuel Dominguez

    Juan Manuel Dominguez é jornalista

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    Ataques aos povos indígenas se duplicaram durante o governo de Jair Bolsonaro

    "O governo Bolsonaro, nos quatro anos que durou, foi mais um episódio nesses histórico nefasto de governos conservadores que odeiam os setores populares"

    (Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil)

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    Que a extrema direita, no Brasil e no mundo, não passa de uma gangue de assassinos, burros e ladrões, que usam falsos discursos moralistas para acaparar o poder, é já notícia velha. Além da destruição dos direitos civis, trabalhistas, da perseguição contra comunidades minoritárias, dos saques às economias regionais e soberanas da cada país, a extrema direita, sempre que pode, perpetrou os piores massacres contra os povos originários. Historicamente foi assim, e assim continuará, sempre que tenham um mínimo de poder institucional em qualquer país do mundo. E o governo de Jair Bolsonaro, nos quatro anos que durou, foi mais um episódio nesses histórico nefasto de governos conservadores que odeiam os setores populares.

    O relatório anual do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), divulgado nesta quinta-feira, comprova que, nos últimos quatro anos, a violência se multiplicou exponencialmente; 795 indígenas foram mortos, 180 deles em 2022.

    O relatório anual do Conselho Indigenista Missionário vincula o aumento da violência ao desmantelamento das políticas indigenistas e à retórica do ex-presidente de extrema direita. Com quase 300 páginas, esse é o documento mais completo publicado anualmente no Brasil sobre a violência contra os povos indígenas.

    O lançamento do relatório foi realizado na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e contou com a presença de lideranças indígenas e representantes da CNBB e do Cimi, como Ricardo Hoepers, secretário geral da CNBB; Roque Paloschi, presidente do Cimi e arcebispo de Porto Velho, entre outros participantes.

    Segundo o texto, em primeiro lugar estão os estados de Roraima e Amazonas, áreas da Terra Indígena Yanomami (TIY), onde ocorreram 208 e 163 casos de homicídios, respectivamente. Mato Grosso do Sul aparece em terceiro lugar com 146 notificações. As três unidades federativas foram responsáveis ​​por 65% de todas as mortes violentas.

    Da mesma forma, o CIMI aponta que os maiores índices de suicídio também se localizaram nesses três estados, já que entre 2019 e 2022 um total de 535 pessoas tiraram a vida, 74% delas residindo em Roraima, Amazonas e Mato Grosso do Sul. .

    O aumento dos conflitos por direitos territoriais também foi registrado, especialmente em 2022, quando foram registrados 158 atos violentos e 309 casos de exploração ilegal de recursos naturais, invasões e danos a propriedades indígenas em 218 territórios indígenas de 25 estados do gigante Sul. Americano.

    Os registros disponibilizados pela Lei de Acesso à Informação revelaram ainda a morte de 835 menores indígenas somente no ano de 2022. Uma das coordenadoras da publicação, Lucía Helena Rangel, revelou que "Crianças são as maiores vítimas esse cenário de violência”.

    Segundo o relatório, sob a presidência de Bolsonaro, a média de casos registrados de violência contra a pessoa foi de 373,8 por ano, um aumento de 54% em relação aos quatro anos anteriores (nos governos de Michel Temer e Dilma Rousseff), em cuja média foi de 242,5 casos por ano.

    A metodologia do relatório define como casos "violência contra a pessoa", além de homicídio, abuso de poder, ameaça de morte, outras ameaças, homicídio culposo, lesão corporal, racismo e discriminação étnico-cultural, tentativa de homicídio e violência sexual.

    A falta de medidas efetivas para combater esses ataques e proteger os povos indígenas é uma clara violação dos direitos humanos. As comunidades indígenas sofreram não apenas a perda de vidas, mas também a destruição de sua cultura e a exploração de suas terras.

    É importante destacar a importância de preservar e respeitar a diversidade cultural e os direitos dos povos indígenas. Essas comunidades têm profundo conhecimento e relacionamento com a natureza e o meio ambiente, e sua preservação é vital para o equilíbrio e sustentabilidade do planeta. É responsabilidade de todos lutar contra a intolerância e a violência contra os povos indígenas e trabalhar juntos para garantir sua proteção e bem-estar.

    Jair Bolsonaro, e todos aqueles que participaram dos massacres e saqueios cometidos contra os povos originários do Brasil devem ser responsabilizados e punidos. Sempre é bom lembrar que os chamados “indígenas” são os guardiões naturais dessas terras que habitamos e seu detentores naturais. Sempre foi assim até que o proçesso de apriopriação ilegal de territórios, chamado de “colonização”, aconteceu em toda América, criando essecontexto hostil e desumanizante para os povos que habitam esse território há milenios.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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