Atenção: a muçarela da sua pizza pode ser de mentirinha
Queijo análogo é um algo que parece queijo, tem sabor parecido com queijo, mas é feito a partir de amido de milho modificado e da cancerígena gordura hidrogenada, a famosa gordura trans, um veneno
Numa coisa temos que concordar: essa indústria de alimentos ultraprocessados é muito criativa. E essa “criatividade” não tem limites. Por exemplo, você sabe o que é queijo análogo? Pois é, embora essa coisa esteja no mercado há alguns anos, eu só fui tomar conhecimento desse dito alimento muito recentemente.
Queijo análogo é um algo que parece queijo, tem sabor parecido com queijo, mas é feito a partir de amido de milho modificado e da cancerígena gordura hidrogenada, a famosa gordura trans, um veneno. Pode ter até traços de leite, mas não é obrigatório. Um dos queijos análogos mais usados no mercado de food service (que atende principalmente a bares, restaurantes e lanchonetes) é a muçarela análoga, fartamente usada por pizzarias, lanchonetes e bares espalhados pelo país, misturada ou não à muçarela de verdade.
O pior é que o estabelecimento não é obrigado a informar que a sua pizza foi preparada com queijo análogo, e o consumidor é descaradamente enganado, achando que está comendo muçarela. A vantagem, para o estabelecimento é o preço, muito mais barato que o da muçarela convencional. A desvantagem para o consumidor é óbvia.
Os queijos análogos
“Na fabricação dos queijos análogos, o leite e a gordura do leite presentes nos queijos tradicionais são parcialmente ou totalmente substituídos por proteínas de leite, gorduras vegetais e amidos modificados. A tecnologia de produção é a mesma utilizada na fabricação do queijo processado, através de calor, trabalho mecânico e sais fundentes”, informa a Alibra, com sede em Campinas (SP), pioneira no Brasil na produção de queijos análogos processados.
Seu lançamento mais recente é a Mozzalet, que “inova trazendo uma nova tecnologia e melhor custo”.
“É uma cobertura para pizzas tipo muçarela que chega ao mercado apresentando como principais características a alta performance e rendimento, redução de custos, excelentes propriedades de ralagem, fatiamento e derretimento. Como se trata de um queijo análogo, ele pode ser adaptado para atender às necessidades nutricionais específicas”, informa a Alibra.
A Alibra já tinha lançado antes a Mozzana, cobertura para pizzas tipo muçarela.
Mas a coisa não se restringe à muçarela, pois há também queijo prato análogo, requeijão análogo, cheddar análogo etc. Tudo queijo falso. E legal, com aprovação no Ministério da Agricultura.
Quer dizer, aquela pizza de frango com catupiry em que o queijo mais parece uma pasta de amido de milho, sem nenhuma cremosidade e com o sabor duvidoso também tem queijo falso.
Laticínios protestam
Este tipo de produto afeta os produtores de queijos de verdade, é claro, que têm feito denúncias e alertas sobre a utilização do queijo falso.
No mês passado (novembro), o Silems (Sindicato das Indústrias Laticínias de Mato Grosso do Sul) decidiu iniciar um trabalho de esclarecimento à população para alertar sobre o produto, cada vez mais utilizado em restaurantes e lanchonetes. “Esse produto tem a identificação de ser um processado semelhante ao queijo na embalagem. O problema é que muitos estabelecimentos substituem os queijos das receitas por esse queijo análogo para baratear os custos e o consumidor acaba sendo enganado”, disse a presidente do Silems, Milene Nantes.
“Por isso, nós estamos com esse trabalho de alertar a população sobre a diferença do queijo e do queijo análogo e queremos, inclusive, que restaurantes e lanchonetes que utilizam queijos análogos sejam obrigados a informar seus clientes sobre essa substituição”.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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