Aula magna: Lula e Haddad
Lula e Haddad participarão de aula magna na USP nesta segunda: "iniciativa que se contrapõe ao obscurantismo bolsonarista", dizem Paulo Teixeira e Newton Lima
Por Paulo Teixeira e Newton Lima
Alguns dias após a leitura da "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros pela Democracia", manifesto liderado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e que ecoou por todo o país no dia 11 de agosto em contundente defesa do Estado Democrático de Direito, Lula e Haddad concluem hoje suas reflexões pré-campanha eleitoral em uma aula aberta da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da mesma instituição.
Com o tema "Universidade Pública e Democracia", Lula estará ao lado de três eminentes professores da USP, o próprio Fernando Haddad, a filósofa Marilena Chauí e a arquiteta-urbanista Ermínia Maricato, discorrendo sobre o assunto que o notabilizou como Doutor Honoris Causa em renomadas instituições no Brasil e no mundo: a comprovada compreensão da missão estratégica que a universidade pública tem na construção da Democracia e da soberania em todas as nações.
Sua convicção sobre isso se manifesta em palavras e gestos!
Em palavras, em todas as oportunidades que tem, como ocorreu recentemente na UNB por ocasião da 74ª Reunião Anual da SBPC: "Um projeto de nação capaz de enfrentar os desafios do tempo presente, rumo ao futuro, não pode renunciar a alguns compromissos fundamentais: a democracia, o desenvolvimento econômico, educacional, científico e tecnológico, a inclusão social, a redução das assimetrias regionais e a pluralidade cultural. A soberania nacional e a defesa do meio ambiente devem caminhar juntas e orientadas para a ampliação da cidadania e do trabalho e da renda".
Em gestos, em seus dois governos, na condução das políticas públicas de educação, ciência, tecnologia e inovação que foram nutridas com recursos financeiros adequados, valorização e ampliação do quadro dos servidores federais, programas de cooperação com instituições privadas e expansão das instituições públicas por todo o território nacional, como jamais ocorrera no Brasil. Foram ações que contribuíram, e de maneira decisiva, para que o país atingisse a 6ª posição do PIB mundial, ampliando as oportunidades educacionais e de trabalho e renda, combatendo a fome e reduzindo a exclusão social.
Lula sabe a situação de terra arrasada que vai encontrar para recolocar o país no caminho da democracia, prosperidade e inclusão social. E está convencido de que para isso terá que promover a revogação da emenda constitucional 95 (teto de gastos) que, em conjunto com o orçamento secreto, subtraiu recursos financeiros expressivos e essenciais à execução das políticas públicas.
Haddad, como ministro da Educação por mais de sete anos e também como prefeito de São Paulo, teve, como se sabe, papel protagonista nos avanços outrora alcançados. E agora se propõe a governar São Paulo nessa direção e com mais intensidade, dada a emergência no enfrentamento dos enormes desafios decorrentes da destruição econômica e social promovida pelo desgoverno central negacionista, antidemocrático e antipovo, e da precária situação em que se encontram as estruturas de planejamento e gestão do governo paulista.
Para tanto, Haddad sabe que poderá contar com uma vigorosa rede de instituições de elevada qualificação técnica e científica em todas as áreas do conhecimento e distribuídas em todas as regiões do Estado. São universidades estaduais e federais de renome (USP, Unicamp, Unesp, UFSCar, Unifesp, UFABC e ITA), Instituto Federal de educação técnico-profissional e superior/IFSP, Centro Paula Souza - com suas várias Fatecs e Etecs -, Univesp, Universidade Aberta do Brasil e algumas instituições filantrópicas e particulares de destaque. Conta ainda com a FAPESP, a principal instituição estadual de indução e fomento à pesquisa científica do país, e institutos estaduais de pesquisa referenciados, como, por exemplo, o Butantan, que tanto contribui com a produção de vacinas na contra a covid-19.
Será uma aula magna e tanto! Parabéns à FFLCH na pessoa do seu diretor, professor Paulo Martins, e à reitoria da USP por essas históricas iniciativas que se contrapõem ao obscurantismo bolsonarista e espraia esperança civilizatória, democrática e progressista por todo o país.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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