Aumentar os juros é rapinagem sobre economia brasileira
"É importante destacar que o principal motivador do processo inflacionário é a demanda maior que a oferta", escreve Alberto Cantalice
Desde a posse do Presidente Lula neste terceiro governo, as forças que compõem o chamado mercado financeiro erraram em sequência suas projeções de crescimento da economia e da taxa de inflação.
A partir da recente especulação do dólar, cuja intervenção tardia do Banco Central deixou fluir, os “analistas” da grande mídia e os “Farialimers” apostam no crescimento da Taxa Selic.
Os juros brasileiros, segunda maior taxa do mundo, servem como um freio na atividade econômica e no investimento. Qual empresário ou investidor correria algum risco em investir na produção se a remuneração inercial via Tesouro é mais vantajosa? A resposta é simples: nenhum.
A recente informação é de que a inflação, em vez de aumentar, como previa o Boletim Focus do Banco Central, retraiu. Isto é, houve deflação de 0,2%.
Em vez de diminuir o ritmo da rapinagem, o dado foi motivo de retórica de distorção dos “especialistas” com o argumento de ponto fora da curva. Sem sustentação futura. Mentira.
A desaceleração nos preços dos alimentos – salvo aqueles produtos que enfrentam sazonalidade climática: frutas e legumes – segue em queda. Um bom exemplo, ainda, são os produtos de origem animal.
Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou: “A indústria voltou forte, a formação bruta de capital fixo veio acima das projeções, o que significa mais investimento. Nós temos que olhar muito para o investimento, porque é melhor é ele que vai garantir um crescimento com baixa inflação”.
Concordo plenamente com a explanação do ministro: é importante destacar que o principal motivador do processo inflacionário é a demanda maior que a oferta. Para aumentar a oferta demanda-se o crescimento da produção.
É o oposto do excessivo grau de financeirização da economia, onde dinheiro gera dinheiro e é o verdadeiro motor de inibição do desenvolvimento.
O neoliberalismo e a consequente captura dos organismos multilaterais mundo afora pela lógica do capital improdutivo é a praga que alimenta as desigualdades e garantem o círculo vicioso da desestruturação das sociedades.
É preciso avançar em um outro caminho. É possível!
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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