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    Joaquim de Carvalho

    Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: joaquim@brasil247.com.br

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    Levando vida de rico, Moro vai a festa com calçado de R$ 7,5 mil

    Depois que abandonou a magistratura e o governo Bolsonaro, os sinais exteriores de riqueza apareceram, informa Joaquim de Carvalho

    Moro, na despedida dos amigos: calcado que ele usa custa no Brasil pelo menos R$ 7,5 mil (Foto: Reprodução)

    O ex-juiz Sergio Moro compareceu à festa de sua despedida de Washington com um calçado que custa, no Brasil, entre R$ 7,5 mil e R$ 9 mil.

    É um Ermenegildo Zegna, segundo observou o dono de uma loja de alto luxo que entrou em contato com o site.

    A foto em que Moro usa este calçado caro foi postado pela esposa dele, Rosângela, no Instagram.

    No texto sobre as imagens, ela escreveu: "Despedida de amigos que fizemos aqui. Marylanders."

    Rosângela já havia postado o vídeo sobre a casa em que moraram, em Georgetown, área nobre de Washington, que tem aluguel fixado em cerca de 8,2 mil dólares, o equivalente a quase R$ 50 mil.

    Moro abandonou a magistratura no final de 2018, depois que comunicou que havia aceitado convite para servir a Jair Bolsonaro como ministro da Justiça e Segurança Pública.

    Ficou claro depois que ele já negociava sua ida ao governo com o banqueiro Paulo Guedes, que já tinha sido anunciado como ministro da Economia.

    Guedes foi quem o levou para visitar Bolsonaro no condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro.

    Moro tinha vazado a delação de Antônio Palocci na véspera do primeiro turno da eleição, com acusações falsas contra o PT, que tinha Fernando Haddad como principal oponente de Bolsonaro.

    Em abril de 2020, Moro deixou o governo Bolsonaro, depois de uma disputa pelo controle da Polícia Federal.

    Mesmo tendo abandonado dois empregos com alta remuneração (para os padrões brasileiros), sua vida só melhorou, segundo sinais de riqueza que exibe.

    Oficialmente, ele foi trabalhar na Alvarez & Marsal, um dos maiores escritórios de advocacia no mundo e que lucrou com a Lava Jato.

    O escritório administra ou administrou no Brasil a recuperação judicial da OAS e a Odebrecht, grupos que foram arruinados pelas ações espetaculosas da operação e a prisão de executivos e controladores.

    O Tribunal de Contas da União investiga se a contratação de Moro pela Alvarez & Marsal carateriza uma situação de conflito de interesses.

    Moro anunciou sua volta ao Brasil pouco mais de um ano depois de assumir o posto no escritório com matriz nos EUA. 

    Até hoje, não se sabe exatamente o que ele fez lá. Foi anunciado inicialmente como sócio, depois sua função passou a ser a de consultor. 

    Mas não há trabalhos relevantes dele conhecidos. O que se viu nesse período foi sua participação em lives.

    Moro se apresentou como pré-candidato a presidente da república pelo Podemos, legenda que é, na prática, propriedade de uma família milionária instalada em São Paulo, Abreu.

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    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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