Biden impõe sanções a (alguns) invasores israelenses na Cisjordânia
"A posição, ainda que pequena, do governo reflete uma mudança de opinião na sociedade americana", escreve o correspondente Pedro Paiva
A Casa Branca anunciou nesta quinta-feira que irá impor sanções aos invasores - ditos colonos - israelenses na Cisjordânia. A decisão veio após um jovem de 17 anos, cidadão dos Estados Unidos, ter sido morto a tiros na Cisjordânia.
Tawfic Hafted Abdel Jabbar era uma americano-palestino de Nova Orleans, na Louisiana. Ele tinha viajado à Cisjordânia para visitar familiares e conhecer mais sobre a a cultura da sua família.
De acordo com a ONU, desde o 7 de outubro do ano passado, 494 ataques de colonos contra palestinos aconteceram na Cisjordânia e pelo menos 300 palestinos foram assassinados.
A sanção - As sanções, em questão, dizem respeito à restrições de vistos direcionada aos colonos que, segundo as palavras da Casa Branca, “diretamente perpetraram, e aqueles que se envolveram em repetidos atos de intimidação, destruição de propriedade, levando à deslocação forçada de comunidades palestinianas”.
Mesmo após a morte do cidadão americano, no entanto, a Casa Branca se nega a reconhecer que a violência é causada pelo Estado de Israel. No mês passado, a porta-voz go governo, Karine Jean-Pierre, disse que a violência na Cisjordânia “está sendo perpetrada, em grande parte, por colonos com pontos de vista extremistas”.
Ainda assim, a sanção direcionada foi a primeira dos EUA contra Israel desde o início do conflito em Gaza. A posição, ainda que pequena, do governo reflete uma mudança de opinião na sociedade americana e uma necessidade de responder ao crescente descontentamento ao apoio à Israel dentro da base do Partido Democrata.
Ontem, a Câmara Municipal de Chicago aprovou uma resolução pedindo cessar-fogo na palestina. Ainda que simbólica, a passagem do texto pela Câmara de Vereadores da terceira maior cidade do país mostra que o sentimento pró-palestina vem extrapolando os movimentos sociais e pequenas organizações islâmicas e de esquerda.
Em resposta, Benjamin Smotrich, ministro da Economia de Israel, afirmou que falar de violência dos colonos é uma “mentira antissemita”. No X (antigo Twitter), ele escreveu: “é uma pena que o governo Biden coopere com isto nos dias em que os colonos estão pagando um preço alto, com o sangue dos seus melhores filhos, na guerra em Gaza.”
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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