Biden veta Putin-Sputnik para vender Oxford no Brasil
"Biden quer desovar estoque de vacina anglo-saxã, a Oxford, na América Latina e no Brasil; por isso pressiona o presidente Bolsonarono a enrolar Putin e sua vacina", escreve o jornalista César Fonseca
Guerra das vacinas
A enrolação programada e calculada da Anvisa para não aprovar a Sputnik, vacina russa, atende interesse dos Estados Unidos, na guerra da vacina; quanto mais adiar parecer favorável, melhor para os americanos; o ministro Ricardo Lewandowsk entrou na briga e não aceitou adiamento de mais 30 dias pedido pela Anvisa, para aprovar a Sputnik; Biden quer desovar estoque de vacina anglo-saxã, a Oxford, na América Latina e no Brasil; por isso pressiona o presidente Bolsonarono a enrolar Putin e sua vacina; no cenário da pandemia, as indústrias americanas comparecem para disputar o mercado contra a vacina russa e chinesa; Biden quer inviabilizar a vida dos concorrentes em território latino-americano; a velha máxima da América para os americanos da Doutrina Monroe continua viva e atuante; o objetivo maior de Biden é bombardear Coronavak e Sputnik; a estratégia do império americano é ampliar estoque mundial de vacinas anglo-saxãs, para distribuir no mercado latino-americano via oligopólios privados; mera operação comercial, do ponto de vista capitalista de Tio Sam. Tal tentativa hegemônica americana, porém, claudica no contexto em que oferta é maior que a demanda e a preferência mundial tende para as vacinas chinesas e russas.
Bloqueio imperial renovado
Trump, antes de Biden, já tinha recomendado a Bolsonaro não comprar vacina russa; a ordem segue com Biden; no auge da pandemia, no Brasil, o governo Bolsonaro se submete a um bloqueio comercial escancarado: não pode negociar com Putin; a diplomacia americana levantou barreira comercial à Sputnik, por enquanto, disfarçada; é o mesmo bloqueio que Tio Sam decretou por meio da Otan para não comercializar com a Rússia a fim de não vingar conquista russa na Crimeia; o poder militar russo assombra Biden, que tenta contorná-lo com guerras comerciais; veto de Biden à Sputnik é ordem de Washington a Brasília para não negociar com Wladimir Putin; o veto da Casa Branca é amplo: comercial e geopolítico; Tio Sam não quer aproximação da América Latina com Moscou nem com Pequim; o problema é que a América Latina só consegue pagar suas dívidas aos banqueiros do império, se exportar para a China; o Brasil se transformou em espaço de disputa geopolítica entre as três grandes potências, comercial, industrial e militar, no auge da pandemia.
Nova moeda de troca
Bolsonaro se rendeu a Trump e, agora, rende-se a Biden; o negócio dos Estados Unidos são os negócios; a vacina virou moeda de troca e acumulação capitalista está sendo reanimada por ela via demanda estatal para atender populações desesperadas pela vacina; são os governos que compram o produto; ou seja, irrigam, keynesianamente, a circulação capitalista com moeda emitida para comprar vacinas; todos governos capitalistas se renderam à lógica de que o gasto público é a alavanca capitalista indispensável na pandemia; só, no Brasil, Bolsonaro e Paulo Guedes nadam contra a corrente, num surto psicótico neoliberalizante de autodestruição. E agora a situação se agrava com o bloqueio comercial às vacinas russas; trata-se de algo semelhante ao bloqueio comercial dos Estados Unidos a Cuba que se estende por 60 anos.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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