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    Maria Luiza Franco Busse

    Jornalista há 47 anos e Semiologa. Professora Universitária aposentada. Graduada em História, Mestre e Doutora em Semiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com dissertação sobre texto jornalístico e tese sobre a China. Pós-doutora em Comunicação e Cultura, também pela UFRJ,com trabalho sobre comunicação e política na China

    62 artigos

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    Boas Festas

    Feliz 2025, com muita saúde, energia, e a utopia da paz

    Livros (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

    No Natal, véspera de Ano Novo, tem início o tempo de lembranças e lembrancinhas. Neste espaço consentido de festas e confraternizações dá-se a troca de presentes. Considerando que as lembrancinhas são conjunturais e as lembranças são estruturais, livros se encaixam muito bem na estante das estruturas.

    No final de novembro foi realizada a terceira edição do Festival do Livro promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações do Rio de Janeiro. De acordo com o melhor espírito sindical, o FLIV-RJ segue apostando na tradição de facilitar o acesso à cultura por meio de livros progressistas que ampliam o conhecimento e contribuem para a formação e fortalecimento do pensamento crítico que estimula ações comprometidas com as transformações políticas, sociais e econômicas. 

    O tema deste ano foi ‘Superar a ignorância e o ódio’, em torno do qual gravitaram lançamentos, debates, rodas de conversa, e apresentações teatrais, com a participação de 40 editoras de todo o país. Durante três dias, mais uma vez a sede do sindicato foi território da pratica entre cultura e política. Desse feliz reconhecimento da indissociável relação do cotidiano do sindicalismo com a sociedade em geral para além dos seus muros, vem a inspiração para a dica de livros que fazem pulsar o coração no mundo sem coração. Lá vai: ‘A construção do idiota: o processo de idiossubjetivação’ (ed. Da Vinci); ‘Poder e desigualdade: o retrato do Brasil no começo do século XXI’(ed. Civilização Brasileira); ‘Bolsonarismo: da guerra cultural ao terrorismo doméstico’(ed. Autentica); ‘Sociologia do Brasil’( ed. Boitempo); ‘Cultura do Podcast: reconfigurações do rádio expandido’(ed. Dandara); ‘As finanças do dragão, o sistema financeiro chinês’ ( ed. Dialética); ‘Lenin anticolonial: as lutas dos povos colonizados contra o imperialismo’, (ed. Autonomia Literária); ‘José Genoino, uma vida entrevista’ (ed. Kotter ); ‘É a ideologia, estúpido!’ (ed. Letra Selvagem)’; ‘Política de identidade: gênero, raça,classe,sexualidade e a formação do movimento de mulheres negras no Brasil’ (ed. Dandara); ‘Lula: a parresia no cárcere’ (ed.Kotter); ‘Cachorros: a história do maior espião dos serviços secretos militares e a repressão dos comunistas até a Nova República’ (ed.Alameda); ‘Contribuição assistencial: guia para sindicalistas e advogados defenderem o custeio sindical no Brasil’ (ed. Interjornada); Às portas de Moscou’ (ed. Manoel Lisboa); ‘No rastro do colapso reflexões sobre a obra de Robert Kurz’ (ed. Consequência); ‘Uma teoria do poder global’ (ed. Vozes); ‘ Superar a pobreza. Discursos e obras selecionadas de Fujian’ (ed. Contraponto); ‘China Tropical’ (ed. UNB); ‘Nova classe média?’ (ed. Boitempo); ‘O pobre de direita: a vingança dos bastardos’ (ed. Civilização Brasileira); ‘A Sociedade do espetáculo’ (ed. Contraponto); ‘O que fazer com o militar: anotações para uma nova defesa nacional’(ed. Gabinete de Leitura;) ‘Desafios brasileiros na era dos gigantes’ (ed. Contraponto); ‘Sobre os ossos dos mortos’ (ed. Todavia); ‘A doença’ (ed. É Realizações). ‘A República de Weimar_ vida cotidiana’ (ed. Companhia das Letras); ‘Semiótica e Totalitarismo’ (ed. Contexto); China: tradição e modernidade na governança do país’ (ed. Batel); ‘Montanhas e pescadores_ crítica cultural chinesa contemporânea’ (ed. Autêntica).’Ideologia Curupira_ análise do discurso integralista’( ed.Edupe).

    Por hoje é só, mas só por hoje porque todo dia é dia de livro. Quanto às lembrancinhas, não devem ser subestimadas. No livro ‘Meus 13 dias com Che Guevara’ (ed. L&PM), o colega jornalista pergunta o que era importante para um combatente na guerrilha. “Os pés!”, respondeu, batendo nas botas. Quando estava na serra boliviana, Che perdeu as botas na travessia de um rio. Com o couro de animal abatido, fez “uma espécie de sandália romana”. “E é com estes pés, enrolados numa “sandália romana”, que ele é capturado na guerrilha. Porque ele tenta saltar de uma rocha para outra, mas, traído pelos pés, ele cai”, conta o autor. Moral da história:  lembrancinhas devem ser consideradas. Meias, calcinhas, cuecas, sapatos e que tais, são importantes táticas conjunturais para a garantia de grandes estratégias estruturais. 

    Feliz 2025, com muita saúde, energia, e a utopia da paz.  

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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