Bolsonarismo disseminou ódio a escolas e universidades
Professores passaram a sofrer todo tipo de assédio e foram vigiados pelos macartistas de plantão
Não há como dissociar os reiterados ataques às escolas, algo que inexistia há poucos anos, da ascensão da extrema direita no Brasil. A disseminação do discurso de ódio, da intolerância, do medo ao diferente, do culto às armas e à violência etc. tem relação com esses atos aparentemente aleatórios. Mas não é apenas isso.
A ascensão do bolsonarismo também introduziu no país a desconfiança e até o ódio em relação às escolas e às universidades, entendidas como locais nos quais se disseminariam valores “comunistas” e “globalistas”, contrários à família, à fé cristã, à Pátria etc. Não à toa, um dos principais alvos desse fascismo tupiniquim é Paulo Freire, pedagogo crítico e libertador.
A escola deixou de ser um santuário da razão e da tolerância e passou a ser objeto da fúria de mentecaptos toscos e intolerantes. Professores passaram a sofrer todo tipo de assédio e foram vigiados pelos macartistas de plantão. Exigiu-se, aos berros, a “escola sem partido” e a “limpeza” das universidades.
Ademais desse ataque à educação, nosso fascismo, como todo fascismo lato sensu, é anti-intelectual e anticultural. Não aceita a razão crítica, a razão substantiva, e só se submete à razão instrumental, da qual, diga-se de passagem, a reforma do ensino médio é amplamente caudatária. Temos um desafio gigantesco à frente.
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