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    Reginaldo Lopes

    Economista e deputado federal pelo PT/MG

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    Bolsonaro deixa descomunal herança maldita para novo governo

    “O Estado foi praticamente destruído, com a ruína de políticas públicas na educação, saúde, cultura, meio ambiente e promoção comercial”, denuncia líder do PT

    (Foto: Jorge Araujo/Fotos Publicas)

    Por Reginaldo Lopes 

    Os quatro anos de desgoverno Bolsonaro deixam uma descomunal herança maldita.  O Estado foi praticamente destruído, com a ruína de políticas públicas em áreas como educação, saúde, cultura,  meio ambiente e promoção comercial. O desastre se estendeu ao campo social: o país nunca presenciou tanta concentração de renda em tão curto período, criando-se novos milionários e bilionários enquanto 33 milhões de pessoas passaram a ter fome e mais 100 milhões foram jogadas na insegurança alimentar, sem saber o que vão comer ao longo do dia.

    À parte a política elitista, despreparada e geradora de miséria, com arrocho salarial e inflação, a dupla Bolsonaro e Paulo Guedes mostrou total incompetência. O rombo no Orçamento  ultrapassa a casa dos R$ 300 bilhões. Prometeu-se um Bolsa Família no valor de R$ 600,00 mas sem previsão orçamentária. Tiraram recursos do Farmácia Popular, das universidades e institutos federais, congelaram os repasses para a merenda escolar em míseros 36 centavos de real por aluno.

    Para aumentar a nódoa na imagem externa do Brasil, o País deve R$ 5 bilhões a organismos internacionais, sem previsão orçamentária para honrar o compromisso. Servidores públicos estão sem reajuste salarial há sete anos. Não há recursos para serviços essenciais, que já estão paralisados ou prestes a entrarem em colapso.  Há a ameaça do não pagamento de aposentados do INSS em janeiro, por incúria do ex-capitão.

    Nesse cenário caótico, o principal desafio do governo Lula, além de colocar o Brasil nos eixos, será interromper o ciclo da pobreza e da fome. O ponto central de seu governo será enfrentar essas mazelas deixadas pelo ex-capitão. Para isso, será fundamental o Congresso Nacional concluir a aprovação da PEC do Bolsa Família, que vai garantir o benefício social mensal no valor de R$ 600,00 e mais R$ 150,00 por criança de até seis anos. Serão R$ 145 bilhões de reais anuais fora do teto de gastos para a reparação social.

    Trata-se de um instrumento estratégico para tirar o Brasil do fundo do poço. Dá uma folga orçamentária que garantirá simultaneamente a justiça social e recursos para investimentos, aumento real do salário mínimo e a implementação de ações que vão garantir a retomada do crescimento econômico.

    O governo atual deixa um  orçamento impossível de ser executado, já que é uma peça de ficção, cheio de furos em todas as áreas.  Basta dizer que não há previsão orçamentária sequer para vacinação em 2023.  Com rearranjo orçamentário e a aprovação da PEC, prevê-se a retomada das obras públicas no Brasil, o que poderá impulsionar a economia, gerando milhões de empregos no curto e longo prazos.

    O Brasil padeceu nesses últimos quatro anos com um governo neofascista desastroso,  autoritário e contrário aos interesses nacionais e populares. Felizmente, o pesadelo está prestes a acabar. Faltam poucos dias para a posse de Lula  e o Brasil voltar sorrir de novo.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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