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Evilázio Gonzaga Alves

Jornalista, publicitário e especialista em marketing e comunicação digital

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Bolsonaro não é a única ameaça no horizonte

As movimentações para produzir um candidato viável, aparentemente, já começaram com alguns analistas forçando a barra para sugerir que as pesquisas abrem espaço para o surgimento da terceira via

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Os últimos movimentos do andar de cima do capitalismo indicam que independentemente do método de remoção do gângster da presidência, a direita liberal não desistiu de fabricar um candidato competitivo, para disputar as eleições de 2022. Dinheiro não vai faltar.

Ninguém pode prever como será o futuro. Entretanto é possível traçar cenários prováveis com um bom sistema de informações, que inclui pesquisas, coleta e processamento de dados relevantes.

As pesquisas indicam acelerada corrosão do bolsonarismo e os dados relevantes sugerem que os grupos fundamentalistas ou oportunistas, que apoiam o governo miliciano, poderão tentar tumultuar o cenário político no Sete de Setembro. É impossível saber se terão sucesso ou não.

Porém é perceptivo que as instituições da república, todas elas controladas pelas oligarquias brasileiras, se movimentam para esvaziar o potencial de violência dos apoiadores do gangster, que está na presidência.

O STF, a partir do ministro Alexandre de Moraes, amplia sua ofensiva sobre as bases financeiras e de propaganda da quadrilha bolsonarista. As investigações já atingem membros da família do capo miliciano.

Enquanto isso, a CPI avança desvendando um gigantesco esquema de corrupção, que foi instalado ainda no governo Temer e envolve a família Bolsonaro, oficiais das forças armadas, políticos golpistas do centrão, empresas e entidades do setor de medicina (inclusive o CFM), bancos, empresários gananciosos, lobistas e gangsters. A corrupção que vai sendo desvendada ocorre no ministério com o segundo maior orçamento da União e provocou centenas de milhares de óbitos, que não ocorreram somente pela pandemia do Covid19.

O descalabro na saúde faz supor esquemas semelhantes no ministério da educação, para o qual é destinado o maior orçamento do Brasil. É preciso investigar.

BILIONÁRIOS SE MOVIMENTAM

Enquanto isso, os setores mais poderosos do capital romperam com Bolsonaro, o que é sinalizado pelo manifesto lançado pela Febraban e por declarações dos superbilionários brasileiros, que desta forma rompem com os degraus mais baixos do capitalismo tupiniquim. Isso ocorre porque os interesses do andar de cima do capitalismo brasileiro, dominado pelo setor financeiro e os exportadores de commodities em grande escala (minerais, proteínas, grãos e essências), são globalizados. A desmoralização da marca Brasil é ruim para os negócios dos players globais.

As informações recentes indicam que os superbilionários brasileiros – cerca de 65 pessoas – e seus parceiros internacionais se movimentam intensamente para remover Bolsonaro do poder.

Pelas declarações dos representantes do andar de cima do capital, o projeto é retirar Bolsonaro e o desgastado Paulo Guedes, considerado incompetente pelo sistema financeiro, para manter um neoliberalismo mitigado – significa com alguma preocupação social, conforme tem declarado Armínio Fraga em suas entrevistas.

Sem saber o que discutem o baronato principal do capitalismo e os seus operadores, na intimidade do instituto Milleniun ou dos salões, não é possível determinar se o neoliberalismo mitigado de Armínio Fraga e Pérsio Arida caminhará na direção do novo New Deal do presidente Biden.

ANDAR DE CIMA DO CAPITALISMO NÃO DESISTE DA TERCEIRA VIA

De qualquer forma, essa gente tem um plano, que envolve a remoção de Bolsonaro – por impeachment, pela cassação da chapa com Mourão, ou nas próximas eleições. Os últimos movimentos do arco de alianças comandado pelo andar de cima do capitalismo indicam que independente do método de remoção do gângster da presidência, eles pretendem fabricar um candidato competitivo, para disputar as eleições de 2022. Dinheiro não vai faltar.

As movimentações para produzir um candidato viável, aparentemente, já começaram com alguns analistas forçando a barra para sugerir que as pesquisas abrem espaço para o surgimento da terceira via. Em uma análise mais cuidadosa é quase impossível chegar a esta conclusão, o que insinua uma ação orquestrada – difícil saber.

Porém, o sinal mais evidente do início da fabricação de uma terceira via competitiva é o anúncio da participação da Globo nos processos internos do PSDB. A empresa vai transmitir os debates dos pré-candidatos, que participarão das prévias do partido. Na prática a Globo se assume como órgão oficial dos tucanos.

Se a ideia prosperar, é um assunto tão ou mais sério do que o bolsonarismo (que se não ocorrer um trauma nacional grave está derrotado), para ocupar as preocupações do campo democrático. Quem se lembra de 2013 e 2016 sabe que não é prudente menosprezar o poder da Globo.   

Rede Globo quer usar concessão pública para transmitir prévias do PSDB e golpear a lei e a democracia… De novo! 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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