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    Altamiro Borges

    Altamiro Borges é responsável pelo Blog do Miro - Uma trincheira na luta contra a ditadura midiática

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    Bolsonaro negocia com os lobistas de armas

    "Jair Bolsonaro segue com suas negociatas às escondidas, sem qualquer transparência pública. Ele agora se nega a prestar informações sobre as visitas de lobistas de armas ao Palácio do Planalto"

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    Enquanto os brasileiros morrem por falta de oxigênio em Manaus e milhões passam fome sem o auxílio emergencial, Jair Bolsonaro segue com suas negociatas às escondidas, sem qualquer transparência pública. Ele agora se nega a prestar informações sobre as visitas de lobistas de armas ao Palácio do Planalto.

    Segundo denúncia da revista Época, o governo federal decidiu usar a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais como base para negar o pedido da Lei de Acesso à Informação (LAI) sobre a visita de lobistas e de outras figuras sinistras à sede oficial. O pedido rejeitado foi apresentado pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP).

    A solicitação englobava empresas como Beretta, Glock, Walther e Girsan, além de líderes da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições, da Associação Nacional de Proprietários e Comerciantes de Armas e da Companhia Brasileira de Cartuchos. O general velhaco Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), negou o pedido.

    O GSI alegou que o tratamento dos nomes de visitantes do Palácio do Planalto "cumpre a finalidade específica de segurança da mais alta autoridade do Poder Executivo" e, por isso, os dados não poderiam ser fornecidos. Pura balela pra esconder algo de podre na relação com esse setor armamentista!

    O que o "capetão" está escondendo?

    Como explica Júlia Rocha, assessora do Programa de Acesso à Informação da ONG Artigo 19, "as datas e os registros de reuniões não são considerados dados pessoais ou sensíveis. A LAI permite que nomes ou outras informações sigilosas como CPF possam ser tarjadas"

    A especialista ainda classificou de 'pífia' a justificativa do GSI de que as informações sobre a entrada de pessoas apresentariam risco à segurança. "Não é uma justificativa válida e é pífia. Não há requisição de dados como endereços das pessoas ou dados sensíveis"

    Em entrevista à Época, Júlia Rocha observou que "os dados pedidos não vão promover o rastreio das pessoas ou possibilitar algum tipo de fraude ou crime motivado por raça, etnia ou credo". O que será que Bolsonaro esconde nas negociatas com as indústrias de armas?

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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