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Aquiles Lins

Aquiles Lins é colunista do Brasil 247, comentarista da TV 247 e diretor de projetos especiais do grupo.

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Cadeirada em Marçal é fruto da normalização da intolerância

Em queda nas pesquisas, Pablo Marçal esperava por este desfecho após as seguidas provocações contra José Luiz Datena, diz Aquiles Lins

José Luiz Datena agride Pablo Marçal com cadeira durante debate da TV Cultura com candidatos a prefeito de São Paulo (Foto: Reprodução)

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O que vimos no debate da TV Cultura com candidatos à Prefeitura de São Paulo foi mais uma demonstração do que pode acontecer quando o extremismo é normalizado. O apresentador José Luiz Datena (PSDB) agrediu o ex-coach de extrema direita Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeira. A agressão se deu após Marçal aproveitar uma pergunta de Datena para provocá-lo sobre uma acusação de assédio sexual que foi arquivada pela Justiça, e em seguida questionar o adversário sobre quando desistiria da corrida, chamando Datena de "arregão". Não deu outra. Datena partiu para cima de Marçal com uma cadeira nas mãos e a desferiu sobre o ex-coach. 

Datena foi expulso do debate e Marçal foi levado a um hospital. Em entrevista, o apresentador ressaltou que as alegações feitas por Marçal eram falsas e afetaram gravemente sua família, especialmente sua sogra, que faleceu após uma série de problemas de saúde que, segundo Datena, foram agravados pelos efeitos das acusações. 

Pablo Marçal esperava por este desfecho após as seguidas provocações ao candidato do PSDB. Seu combustível eleitoral parece ter chegado ao teto. Segundo a pesquisa Datafolha, 44% dizem não votar de jeito nenhum em Marçal, é a maior rejeição. Em um histórico de fakeadas e tiro na orelha no universo da extrema direita, algo precisava ser feito. 

Estas provocações e demais práticas de Pablo Marçal são incompatíveis com os princípios democráticos e com a preservação de um espaço público saudável, seguro e inclusivo. Ao promover a intolerância, a violência e a exclusão, o ex-coach milionário intoxica o ambiente que deveria servir para ouvir as propostas dos candidatos e mina o próprio alicerce da convivência pacífica. 

Tudo isso acontece sob o olhar complacente da Justiça Eleitoral e sob a normalização dos veículos de comunicação, que legitimam as distorções do ambiente democrático promovidas por Pablo Marçal ao lhe conferir assento e espaço. Assim como foi feito com Jair Bolsonaro. Permitir que Pablo Marçal siga concorrendo à Prefeitura de São Paulo normaliza o absurdo e alarga o precedente perigoso para outras candidaturas similares já nas eleições gerais de 2026. Inclusive a do próprio Marçal. Este populismo digital da extrema direita está infeccionando gravemente a nossa já combalida democracia e precisa ser extirpado pelos mecanismos institucionais. 

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