Cão que Ladra
"Bolsonaro precisa ser freado antes que esse conflito de interesses vire regra e só um lado vença", escreve Miguel Paiva
E aí vem O Elon Musk, tira 44 bilhões do bolso e compra o Twitter. Será que foi assim? Será que ele tem essa grana assim disponível e será que ele vai ser o dono do Twitter como se costumava entender como patrão? Esses novos bilionários espaciais, assim como os oligarcas russos e os sheiks árabes estabelecem um governo paralelo no planeta. A compra do Twitter pelo Elon Musk pode ter o mesmo significado geopolítico -exagero a parte pelo qual já peço perdão- que a guerra da Ucrânia. Lamentando os mortos que sempre são as primeiras vítimas da insanidade dos políticos temos outro tipo de vítima que são os navegadores da internet, o gado cibernético que caminha para o matadouro sem tirar o olho da tela do computador. Os governantes do mundo inteiro não conseguem mais desligar o celular e o equilíbrio de forças no planeta é elaborado também pelos algorítmos.
O twitter, o Whatsapp e o Telegram funcionam como oráculos modernos. Dali vem a verdade mastigada e definitiva. Se você acredita ou não é outra coisa. A campanha eleitoral vai ser na sua maioria virtual. A mentira dita é muitas vezes maior que o seu desmentido. Por isso vale ser dita e até pagar multas por ela. Os primeiros vídeos de campanha do Bolsonaro (que aliás circulam pela web como se a campanha já tivesse começado) podem até ser bem feitos, mas são repletos de mentiras, histórias antigas sobre roubalheira e corrupção. Apesar de terem sido desmentidos pelo Supremo e pela ONU continuam como material de construção das ofensas e mentiras. Projetos não existem. Programas não são divulgados. Destruir continua sendo a grande ideia.
A desobediência do Daniel Silveira às ordens do Supremo, o atropelamento do Bolsonaro em relação às eleições, o desmando total no país e a juventude transviada que seus filhos representam me dão a sensação, por um lado de uma impunidade clássica do Brasil, uma passada de pano histórica como se a lei aqui não pegasse e por outro lado a impressão de que esses cães todos ladram mas mordem pouco. De qualquer forma a balbúrdia, termo que eles gostam de usar, precisa acabar e quem descumpre a lei tem, no mínimo, que pagar a multa. Se isso não for feito a desmoralização será geral e essa sensação, essa ideia passa. As pessoas seguem o exemplo que vem de cima.
Bolsonaro precisa ser freado antes que esse conflito de interesses vire regra e só um lado vença. Eles querem peitar a lei? Ok, peitem, mas enfrentem as consequências. É assim que funciona o jogo. Essa é a narrativa, outra palavra que eles gostam, que vale. A História continuará sendo implacável e deste conflito de interesses, repito, deve prevalecer apenas os interesses do povo.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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