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    Joaquim de Carvalho

    Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: joaquim@brasil247.com.br

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    Cassação de Moro já é dada como certa e extrema direita quer Michelle Bolsonaro no seu lugar no Senado

    Tony fez do ex-juiz cadáver político, e já estão avançadas as articulações para a eleição suplementar, que poderá ficar polarizada entre Gleisi e Michelle

    Gleisi Hoffmann e Michelle Bolsonaro (Foto: Gustavo Bezerra | Isaac Nóbrega)

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    Depois da petição protocolada por Tony Garcia no STF, em que ele apresenta provas contra Sergio Moro, ganharam força nos bastidores da política em Brasília e no Paraná as discussões sobre as candidaturas ao Senado para preencher a vaga que será aberta com a já dada como certa cassação do ex-juiz. E um nome surgiu entre os pré-candidatos: Michelle Bolsonaro.

    Com isso, a eleição suplementar no Paraná poderia ficar polarizada entre a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e Michelle Bolsonaro. A eleição poderia ter também as candidaturas de Roberto Requião, caso ele deixe o PT e vá para o Solidariedade, e Álvaro Dias, do Podemos. 

    Já os demais pré-candidatos identificados com o bolsonarismo, Paulo Martins (PL)  e Ricardo Barros (PP), deixariam a disputa por não terem chances contra MIchelle, sobretudo porque a articulação em torno do nome dela teria o apoio do governador Ratinho Júnior, do PSD.

    Como na política as discussões começam muito antes do que o eleitor imagina, ao abraçar a candidatura de Michelle, Ratinho Júnior espera abrir uma porta com Bolsonaro, para que seja o candidato a presidente da direita e extrema direita em 2026. 

    A pelo menos dois interlocutores, Ricardo Barros confirmou que há tratativas para que Michelle Bolsonaro transfira o domicílio eleitoral para o Paraná e fique em condições de disputar as eleições para o Senado, que poderá ser realizada simultaneamente à de prefeitos e vereadores, no ano que vem.

    Publicamente, Ricardo Barros não confirma. "Nao tenho essa informação. Mas (ela) poderia (ser candidata) no Paraná, Santa Catarina e Rondônia, onde devem ser cassados senadores. Eu disputarei para o Senado no Paraná, o candidato do PL aqui é Paulo Martins", disse ao 247.

    Ricardo Barros, que foi líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados entre 2020 e 2022, atualmente é secretário da Indústria, Comércio e Serviços do governo de Ratinho Júnior. Ele não quis responder se manteria a candidatura ao Senado na hipótese de Michelle se candidatar.

    Mas deu uma pista de que as conversas estão ocorrendo. Na semana que vem, ele terá uma reunião com Jair Bolsonaro, e não quis dizer qual será a pauta do encontro.

    Moro já é um cadáver político, e sua presença no Senado exala mau cheiro. Com fama de traíra, nenhuma liderança política relevante se apresentou para defendê-lo, e agora até os cúmplices de 2018, como os Bolsonaros, têm pressa na remoção da carniça.

    .x.x.x.

    Abaixo a mais recente entrevista de Tony Garcia ao 247:


    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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