Chega de cinismo
Não podemos permitir que passe impune mais um festival de sandices, destempero e desrespeito à Constituição por aquele que foi eleito para zelar por ela. É preciso a união de todas as forças democráticas do País, entidades de classe, a sociedade civil, para evitar que mergulhemos de novo num período de trevas e desrespeito aos direitos e violência contra os cidadãos
Não é possível que que a Procuradoria Geral da República, o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional e a sociedade brasileira como um todo aceitem passivamente o tergiversar golpista de Bolsonaro. Aceitar o seu discurso posterior negando as evidências de patrocínio à ruptura do estado democrático de direito - ou até mesmo as falsas declarações dos bombeiros enviados para tentar apagar as labaredas levantadas pela atitude tresloucada, mas sincera, sobre o que pensa o presidente - é um escárnio e um atentado à inteligência. A presença dele no ato em Brasília deixa claro o que pensa e o quer Bolsonaro: se manter no poder a todo custo.
A rede bolsonarista - com muita probabilidade de ter sido estimulada por seus garotos, como ele gosta de chamar os irresponsáveis milicianos dos seus filhos - organizou, articulou e potencializou as manifestações que pediram intervenção militar, o fechamento do Supremo e do Congresso Nacional e a consequente supressão de direitos de todos e todas. Aqueles atos do último final de semana – por mais ridículos que possam parecer, não foram fruto de uma geração espontânea de saudosistas do período mais triste da nossa história recente. Os locais foram meticulosamente escolhidos. O objetivo acenar para parte de sua fascista e golpista base de apoio e manter a ameaça de quebra do contrato democrático para a perpetuação deles no topo.
Não cabe outra medida a não ser punir por crime contra a ordem democrática todos os envolvidos. E aqui vale para organizadores, divulgadores e participantes. Se quiserem podem pegar a lei que foi usada e abusada de maneira cínica durante a ditadura para criminalizar quem lutava contra o regime ditatorial.
Não podemos permitir que passe impune mais um festival de sandices, destempero e desrespeito à Constituição por aquele que foi eleito para zelar por ela. É preciso a união de todas as forças democráticas do País, entidades de classe, a sociedade civil, para evitar que mergulhemos de novo num período de trevas e desrespeito aos direitos e violência contra os cidadãos. O fascismo de Bolsonaro e seus seguidores não pode passar. Todos na rede em defesa da democracia e do estado democrático de direito.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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