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    Julimar Roberto

    Comerciário e presidente da Contracs-CUT

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    Chegou a hora do Congresso mostrar de que lado está

    Cabe à população exercer seu papel fundamental de acompanhar de perto cada movimento dos parlamentares e cobrar a conta do voto

    Fernando Haddad, Hugo Motta, Lula e Gleisi Hoffmann (Foto: Ricardo Stuckert)

    O projeto de lei entregue pelo presidente Lula ao Congresso Nacional para ampliar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil representa um avanço essencial para a justiça tributária no Brasil. Trata-se de um compromisso assumido com uma camada gigantesca da nossa população que sempre sofreu com uma carga tributária desproporcional enquanto as grandes fortunas permanecem protegidas. Nesse momento, em que a proposta chegou às mãos dos congressistas, é que devemos questionar de que lado eles estão.

    O Congresso brasileiro é uma verdadeira distopia política, dominado por homens brancos, latifundiários e empresários milionários, que deveriam representar um povo majoritariamente pobre e trabalhador. Mas como representar os interesses daqueles que sobrevivem em realidades completamente opostas à deles? Aí que mora o perigo! Esse é um daqueles momentos em que os “representantes eleitos pelo voto popular” precisarão decidir se defenderão os interesses do povo que os elegeu ou se transformarão essa pauta essencial em mais uma moeda de troca. 

    Com a proposta do governo, a ampliação da isenção beneficiará diretamente mais de 10 milhões de brasileiros, aliviando o peso da tributação sobre os que menos ganham. Para viabilizar essa mudança sem comprometer as contas públicas, o projeto prevê que quem recebe mais de R$ 600 mil por ano — o que corresponde a apenas 0,13% da população — passe a pagar um imposto mínimo sobre rendimentos que hoje são isentos. Já fez as contas? São aqueles que recebem mais de R$ 50 mil por mês. 

    Essa é a lógica da justiça tributária. Quem ganha mais pode e deve contribuir mais para que o Brasil se desenvolva com menos desigualdade. Mas o Congresso precisa olhar para essa proposta com empatia, pensando nas milhares de famílias que serão beneficiadas, e não como uma excelente oportunidade de barganhar emendas parlamentares ou benefícios políticos. Não é hora para politicagem, mas sim a oportunidade de promover uma reparação histórica e necessária.

    O próprio presidente Lula foi enfático ao afirmar que o Congresso tem o poder de melhorar o projeto, mas jamais piorá-lo. Isso significa que não há espaço para retrocessos ou para medidas que reduzam o impacto positivo dessa proposta sobre a classe trabalhadora. Nosso país precisa avançar, e esse avanço passa pela coragem de enfrentar os interesses daqueles que sempre escaparam da sua responsabilidade tributária.

    Agora, cabe à população exercer seu papel fundamental de acompanhar de perto cada movimento dos parlamentares e cobrar a conta do voto. Afinal, as eleições de 2026 já estão chegando, e não vamos nos esquecer daqueles que traírem os interesses do povo brasileiro.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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