Com anistia, Bolsonaro vem aí em 2026
"Uma movimentação nos bastidores do poder em Brasília chama a atenção e levanta questionamentos sobre os rumos da política nacional"
Uma movimentação nos bastidores do poder em Brasília chama a atenção e levanta questionamentos sobre os rumos da política nacional. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), retirou de tramitação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) o projeto que propõe anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Em seu lugar, criou uma comissão especial para analisar o tema, adiando a discussão e abrindo espaço para negociações que envolvem figuras de peso como Jair Bolsonaro (PL) e membros do PT.
A manobra de Lira não é apenas uma questão procedimental. Nos corredores do Congresso, comenta-se que essa decisão faz parte de um acordo para angariar apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara, sucedendo o próprio Lira. Bolsonaro, em visita ao Senado, deixou transparecer que a medida foi discutida previamente com ele e seus aliados, sinalizando a possibilidade de incluir uma emenda que o torne elegível novamente em 2026.
Enquanto isso, dentro do PT, a retirada do projeto da CCJ é vista com cautela. Embora alguns dirigentes considerem que a comissão especial possa “empurrar o assunto com a barriga”, há quem enxergue a movimentação como um aceno aos bolsonaristas, o que gera desconfiança. A ala petista está dividida: alguns acreditam que enfrentar Bolsonaro nas urnas seria mais favorável do que enfrentar outros nomes da direita emergente.
O ex-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, também entra nesse xadrez político ao afirmar que o caminho para a centro-direita em 2026 passa por Bolsonaro, seja ele elegível ou não. Garcia destaca que a recente derrota da esquerda nas eleições municipais abre espaço para a centro-direita conquistar o poder nas próximas eleições presidenciais, desde que haja consenso em torno de um nome, possivelmente o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
No meio desse turbilhão, Elmar Nascimento (União Brasil-BA), líder de seu partido na Câmara, critica a postura de Lira e questiona a suposta busca por consenso na Casa. Para Elmar, Lira atuou como “líder do governo Bolsonaro” em seu primeiro mandato e agora prega convergência, o que soa contraditório. A disputa pela presidência da Câmara promete ser acirrada, com Elmar e Antônio Brito (PSD-BA) formando uma aliança para enfrentar Hugo Motta.
A anistia aos golpistas de 8 de janeiro tornou-se moeda de troca em negociações que podem definir o futuro político do país. O que está em jogo não é apenas a sucessão na Câmara ou a elegibilidade de Bolsonaro, mas o próprio equilíbrio de forças entre direita e esquerda no cenário nacional.
Grande acordo de salvação começou com a absolvição de Moro no TSE
Np dia 21 de maio de 2024, em Brasília, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por unanimidade, manter o mandato do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR), afastando a possibilidade de cassação. Essa decisão acendeu debates sobre um possível grande acordo envolvendo os três poderes para proteger não só Moro, mas também outras figuras-chave da política nacional.
Desde o início do processo no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), o Blog do Esmael acompanhou de perto cada desdobramento. A absolvição de Moro no TSE foi recebida com entusiasmo por seus aliados, mas também levantou suspeitas sobre uma articulação maior. Até mesmo veículos de comunicação tradicionalmente alinhados com Moro, como a Globo, reconheceram a existência de um “acordão” nos bastidores.
Analistas políticos apontam que essa movimentação pode ser parte de uma estratégia para amenizar tensões entre o Judiciário e o Legislativo. A ideia seria evitar conflitos institucionais e proteger determinados atores políticos de processos que poderiam comprometer suas carreiras.
Durante participação no programa “Boa Noite 247”, discutimos essa possibilidade de articulação entre os poderes. A conversa trouxe à tona as conexões entre Sergio Moro, o ex-presidente Michel Temer e o atual presidente Lula (PT). As relações políticas e jurídicas entre esses personagens sugerem uma rede complexa de interesses e alianças.
No âmbito do Senado, figuras como Jair Bolsonaro também entraram nesse xadrez político. Bolsonaro, que enfrenta seus próprios infernos jurídicos, estaria interessado em movimentos que possam fortalecer sua posição para as eleições de 2026. O ex-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, por exemplo, afirmou que o caminho para a centro-direita em 2026 passa por Bolsonaro, seja ele elegível ou não.
Dentro desse contexto, a decisão do TSE de manter o mandato de Moro foi vista como uma peça-chave em um jogo maior. A manutenção de Moro no cenário político abriu espaço para que ele consolidasse sua posição e possivelmente almeje voos mais altos, como uma candidatura ao governo do Paraná.
É importante destacar que essas articulações geram preocupação em setores da sociedade que defendem a imparcialidade e a independência das instituições. A sensação de que decisões judiciais possam estar sendo influenciadas por acordos políticos coloca em xeque a confiança no sistema democrático.
O que se observa é um momento de rearranjo de forças, onde interesses pessoais e partidários parecem se sobrepor às demandas da população. A sociedade acompanha atenta, ciente de que as decisões tomadas agora terão impacto significativo nas eleições de 2026.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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