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    Zeca Dirceu

    Deputado federal pelo PT do Paraná

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    Combate à fome é prioridade

    É preciso unir as cooperativas e as agroindústrias com a agricultura familiar no programa nacional de combate à fome

    (Foto: Agência Brasil | Edilson Rodrigues/Agência Senado | Cecília Bastos/USP Imagens)

    Assim como a agricultura familiar, o agronegócio pode contribuir de forma significativa no combate à fome no país. O tema é tabu, tendo em vista que o agronegócio, nos últimos anos, tem-se voltado sobretudo a exportações de grãos e proteínas animais para mercados externos. Agora, com a prioridade do governo Lula de alimentar o povo brasileiro e acabar com o flagelo da fome, é hora de união de todos para enfrentar o desafio.

    O agronegócio é pujante e fundamental para a economia brasileira, mas um país que é um dos maiores exportadores de grãos do planeta não pode ter 33 milhões de pessoas passando fome.

    Para isso, torna-se necessário um novo arcabouço institucional em que políticas públicas permitam que o agronegócio tenha, além do seu papel relevante nas exportações, uma atuação igualmente importante na produção de alimentos destinados ao mercado interno, condição essencial para o combate à fome no país. É preciso unir as cooperativas e as agroindústrias com a agricultura familiar no programa nacional de combate à fome.

    O setor tem a garantia do governo Lula: previsibilidade, segurança jurídica e apoio aos produtores, incluindo créditos e tecnologias. A estratégia central é continuar apoiando o grande, médio e pequeno produtor e, é claro, com uma atenção especial à agricultura familiar. É possível conciliar a atuação de segmentos do setor, todos imprescindíveis para a economia brasileira.

    É fundamental a diversificação da produção, por meio de maior apoio à pequena agroindústria e intensificação de políticas públicas de incentivos às famílias de pequenos produtores. O combate à fome, como o presidente Lula já disse, passa pelo fortalecimento da agricultura familiar, do reforço de estoques públicos de comida e a justa distribuição deste alimento às famílias vulneráveis no país.

    Nesse cenário, inserem-se como ações estratégicas a retomada de programas como o Fome Zero e o Compra Direta e a ampliação dos recursos do Pronaf para atender, preferencialmente, a produção de arroz, feijão, mandioca, trigo, hortigranjeiros e pequenos animais. Esses alimentos são fundamentais para a cesta básica das famílias em situação de risco ou em vulnerabilidade.

    É pujante a agricultura familiar, que deve ser estimulada depois do descaso do governo que passou. Do mesmo modo, o agronegócio. As commodities do agro são muito importantes para a economia brasileira, para o equilíbrio da nossa balança comercial, gerando milhares de empregos no campo e na cidade, que podem ser ampliados significativamente com maior processamento de grãos no país, antes da exportação.

    Nessa nova fase da vida do país, é preciso diálogo e construção de entendimentos. A decisão do presidente Lula de nomear Carlos Fávaro para comandar a Pasta da Agricultura foi acertada. Paranaense de Bela Vista do Paraíso, Paraná, e senador por Mato Grosso, ele é um nome capaz de abrir caminho para o diálogo entre todos os atores do mundo do agronegócio e da produção de alimentos do cotidiano dos brasileiros.

    É hora tanto de ampliar possibilidades de emprego e renda, com mais exportações e aumento da produtividade, sem agressões ao meio ambiente, como também de expandir a produção de alimentos para o povo brasileiro. Mãos à obra.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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