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    Alex Solnik

    Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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    Começou o processo de afastamento de Bolsonaro

    "É muito provável que no STF Bolsonaro perca a parada, não tem muito como interferir ali, mas ele já se prepara para a batalha no Congresso, atraindo as forças do centrão para o seu lado, em troca de cargos, que serão transformados em votos quando se fizer necessário", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

    (Foto: Marcos Correa - PR)

    Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

    Ao solicitar, ao STF, investigação das declarações do ex-ministro Sérgio Moro a respeito de conversas e atos inconstitucionais do ainda presidente Bolsonaro, o chefe da PGR, Augusto Aras, deu, na prática, início ao processo que poderá afastar o presidente da República.

    A bola está com o ministro Celso de Mello.

    Ele tem três opções: ou relata que o presidente tem que ser investigado por crime comum ou por crime de responsabilidade ou que não tem que ser investigado.

    A última opção é a menos factível. Diante da repercussão das avassaladoras palavras do ex-ministro, o mais provável é que ele opte entre crime comum e crime de responsabilidade e é claro que caberá ao pleno definir a questão.

    Tanto uma quanto outra hipótese terão de ter o aval do Congresso Nacional, a arena de todas as batalhas políticas.

    Quem vai decidir, portanto, se o delito pode ser enquadrado como crime comum ou crime de responsabilidade é o STF, mas quem autoriza a abertura do processo, num caso e no outro são deputados e senadores.

    É muito provável que no STF Bolsonaro perca a parada, não tem muito como interferir ali, mas ele já se prepara para a batalha no Congresso, atraindo as forças do centrão para o seu lado, em troca de cargos, que serão transformados em votos quando se fizer necessário.

    O atual momento pandêmico, por incrível que pareça, favorece Bolsonaro, porque enquanto todos estiverem confinados em suas casas a pressão sobre os deputados do centrão, que serão o fiel da balança na votação não será tão contundente quanto seria com o povo na rua.

    O irônico é que Bolsonaro quer acabar com o confinamento o quanto antes e seus opositores defendem o “fique em casa”.

    De qualquer modo, a sorte está lançada.   

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    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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