Começou o processo de afastamento de Bolsonaro
"É muito provável que no STF Bolsonaro perca a parada, não tem muito como interferir ali, mas ele já se prepara para a batalha no Congresso, atraindo as forças do centrão para o seu lado, em troca de cargos, que serão transformados em votos quando se fizer necessário", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
Ao solicitar, ao STF, investigação das declarações do ex-ministro Sérgio Moro a respeito de conversas e atos inconstitucionais do ainda presidente Bolsonaro, o chefe da PGR, Augusto Aras, deu, na prática, início ao processo que poderá afastar o presidente da República.
A bola está com o ministro Celso de Mello.
Ele tem três opções: ou relata que o presidente tem que ser investigado por crime comum ou por crime de responsabilidade ou que não tem que ser investigado.
A última opção é a menos factível. Diante da repercussão das avassaladoras palavras do ex-ministro, o mais provável é que ele opte entre crime comum e crime de responsabilidade e é claro que caberá ao pleno definir a questão.
Tanto uma quanto outra hipótese terão de ter o aval do Congresso Nacional, a arena de todas as batalhas políticas.
Quem vai decidir, portanto, se o delito pode ser enquadrado como crime comum ou crime de responsabilidade é o STF, mas quem autoriza a abertura do processo, num caso e no outro são deputados e senadores.
É muito provável que no STF Bolsonaro perca a parada, não tem muito como interferir ali, mas ele já se prepara para a batalha no Congresso, atraindo as forças do centrão para o seu lado, em troca de cargos, que serão transformados em votos quando se fizer necessário.
O atual momento pandêmico, por incrível que pareça, favorece Bolsonaro, porque enquanto todos estiverem confinados em suas casas a pressão sobre os deputados do centrão, que serão o fiel da balança na votação não será tão contundente quanto seria com o povo na rua.
O irônico é que Bolsonaro quer acabar com o confinamento o quanto antes e seus opositores defendem o “fique em casa”.
De qualquer modo, a sorte está lançada.
(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: