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    William De Lucca

    Jornalista e especialista em marketing digital. Atualmente, é ativista digital, lgbt e de direitos humanos, coordena o marketing do Sindicato dos Bancários de SP, apresenta o programa Estúdio Diversidade, na TV 247, e escreve sobre diversidade no site Brasil 247

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    Contra o fascismo, me coloco a disposição de São Paulo

    É preciso agir contra o fascismo e contra o desmonte dos direitos sociais conquistados. É preciso dar um basta no sucateamento das políticas públicas, é preciso construir um Estado que cumpra seu papel de reduzir desigualdades e promover inclusão de quem mais precisa

    (Foto: Apu Gomes)

    Sempre cobrei que nosso campo apresentasse novos quadros, que oxigenasse nossos debates. Em 2018, me filiei ao PT pelas mãos de Lula e, após muita reflexão e por pedido dos meus pares, anuncio que coloquei meu nome a disposição para a disputa ao cargo de vereador em São Paulo, em 2020.

    Por ter colaborado durante mais de 10 anos nos debates do campo progressista, nas mobilizações e no processo de pensar nossa cidade e nosso país, sinto que estou pronto para oferecer minha contribuição também na política eleitoral, e não apenas na partidária e no ativismo social.

    Penso que é preciso renovar a política, mas não com a "nova política" e sim com a NOSSA POLÍTICA. É preciso devolver a política para quem a faz efetivamente, as pessoas comuns, todos os dias, que vivem os problemas da cidade e que se juntam para resolvê-los, de forma conjunta e colaborativa.

    É preciso aumentar a participação das pessoas nos processos políticos, é preciso fazer com que elas entendam que todas as decisões impactam diretamente em suas vidas e que, por isso, elas precisam se mobilizar contra os ataques e fortalecer as conquistas. Não podemos mais terceirizar a política para políticos profissionais.

    A política, essencialmente, é isso: comunhão. É juntar as pessoas diferentes para resolver os problemas em comum. É fazer com que mandatos sejam representativos de anseios e aspirações da sociedade, que cumpram sua função de legislar, de fiscalizar e de representar os eleitores. É isso que perdemos. É isso que quero ajudar a recuperar.

    É preciso também ocupar a política com a diversidade que vemos na sociedade. Por conta de injustiças no sistema, não somos representados por pessoas que se parecem com a gente. São poucos LGBT, negros, mulheres, pessoas com deficiência, indígenas em mandatos legislativos que defendam os direitos destes grupos e de toda a diversidade. Eleger mandatos diversos amplia o debate e a representação.

    É preciso trazer para o debate pautas prementes da nossa sociedade e que tem pouco eco nos espaços públicos. Temos de tratar do direito dos animais e da terra, da transparência e eficiência da coisa pública, de participação popular e de inclusão de quem nunca esteve incluso no processo político.

    Apesar de já ter sido cobrado para oferecer meu nome para a disputa por conta de meu ativismo nestes últimos anos, não aceitei os convites anteriores para disputar as eleições. Hoje, a conjuntura é outra. É preciso agir contra o fascismo e contra o desmonte dos direitos sociais conquistados. É preciso dar um basta no sucateamento das políticas públicas, é preciso construir um Estado que cumpra seu papel de reduzir desigualdades e promover inclusão de quem mais precisa.

    Por conta disso, caso o grupo de pessoas que me acompanha e que me ajuda a construir este ativismo por um país mais progressista, menos desigual e sem intolerância, e o Partido dos Trabalhadores, entenderem que meu nome irá colaborar com o debate, eu estarei pronto para este desafio colossal.

    Neste período, daqui até a escolha das candidaturas pelo partido, farei o que já venho fazendo há meses: ouvindo diferentes grupos sociais e políticos para aprofundar meu conhecimento sobre a cidade que eu amo, São Paulo, sobre seus problemas profundos e sobre as solução nada fáceis para cada um deles.

    Não será fácil, mas não é de passos fáceis que é construída a vida de um jovem homem gay neste país. Não será fácil também porque nunca participei de uma disputa eleitoral e sei como ela é uma trilha cheia de percalços e ataques. Se esse for o entendimento de quem me cerca, sei que tenho garra e coragem para enfrentar esse processo e ajudar a construir uma cidade melhor.

    Dito isto, estou aberto a ouvir, como sempre faço, o que vocês tem a dizer sobre esta possibilidade, sobre esta decisão e sobre a possibilidade de colaborar ainda mais com esta construção que a muito tempo fazemos aqui e nos outros espaços. Mais do que nunca, tamo junto!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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