Contra o fascismo, me coloco a disposição de São Paulo
É preciso agir contra o fascismo e contra o desmonte dos direitos sociais conquistados. É preciso dar um basta no sucateamento das políticas públicas, é preciso construir um Estado que cumpra seu papel de reduzir desigualdades e promover inclusão de quem mais precisa
Sempre cobrei que nosso campo apresentasse novos quadros, que oxigenasse nossos debates. Em 2018, me filiei ao PT pelas mãos de Lula e, após muita reflexão e por pedido dos meus pares, anuncio que coloquei meu nome a disposição para a disputa ao cargo de vereador em São Paulo, em 2020.
Por ter colaborado durante mais de 10 anos nos debates do campo progressista, nas mobilizações e no processo de pensar nossa cidade e nosso país, sinto que estou pronto para oferecer minha contribuição também na política eleitoral, e não apenas na partidária e no ativismo social.
Penso que é preciso renovar a política, mas não com a "nova política" e sim com a NOSSA POLÍTICA. É preciso devolver a política para quem a faz efetivamente, as pessoas comuns, todos os dias, que vivem os problemas da cidade e que se juntam para resolvê-los, de forma conjunta e colaborativa.
É preciso aumentar a participação das pessoas nos processos políticos, é preciso fazer com que elas entendam que todas as decisões impactam diretamente em suas vidas e que, por isso, elas precisam se mobilizar contra os ataques e fortalecer as conquistas. Não podemos mais terceirizar a política para políticos profissionais.
A política, essencialmente, é isso: comunhão. É juntar as pessoas diferentes para resolver os problemas em comum. É fazer com que mandatos sejam representativos de anseios e aspirações da sociedade, que cumpram sua função de legislar, de fiscalizar e de representar os eleitores. É isso que perdemos. É isso que quero ajudar a recuperar.
É preciso também ocupar a política com a diversidade que vemos na sociedade. Por conta de injustiças no sistema, não somos representados por pessoas que se parecem com a gente. São poucos LGBT, negros, mulheres, pessoas com deficiência, indígenas em mandatos legislativos que defendam os direitos destes grupos e de toda a diversidade. Eleger mandatos diversos amplia o debate e a representação.
É preciso trazer para o debate pautas prementes da nossa sociedade e que tem pouco eco nos espaços públicos. Temos de tratar do direito dos animais e da terra, da transparência e eficiência da coisa pública, de participação popular e de inclusão de quem nunca esteve incluso no processo político.
Apesar de já ter sido cobrado para oferecer meu nome para a disputa por conta de meu ativismo nestes últimos anos, não aceitei os convites anteriores para disputar as eleições. Hoje, a conjuntura é outra. É preciso agir contra o fascismo e contra o desmonte dos direitos sociais conquistados. É preciso dar um basta no sucateamento das políticas públicas, é preciso construir um Estado que cumpra seu papel de reduzir desigualdades e promover inclusão de quem mais precisa.
Por conta disso, caso o grupo de pessoas que me acompanha e que me ajuda a construir este ativismo por um país mais progressista, menos desigual e sem intolerância, e o Partido dos Trabalhadores, entenderem que meu nome irá colaborar com o debate, eu estarei pronto para este desafio colossal.
Neste período, daqui até a escolha das candidaturas pelo partido, farei o que já venho fazendo há meses: ouvindo diferentes grupos sociais e políticos para aprofundar meu conhecimento sobre a cidade que eu amo, São Paulo, sobre seus problemas profundos e sobre as solução nada fáceis para cada um deles.
Não será fácil, mas não é de passos fáceis que é construída a vida de um jovem homem gay neste país. Não será fácil também porque nunca participei de uma disputa eleitoral e sei como ela é uma trilha cheia de percalços e ataques. Se esse for o entendimento de quem me cerca, sei que tenho garra e coragem para enfrentar esse processo e ajudar a construir uma cidade melhor.
Dito isto, estou aberto a ouvir, como sempre faço, o que vocês tem a dizer sobre esta possibilidade, sobre esta decisão e sobre a possibilidade de colaborar ainda mais com esta construção que a muito tempo fazemos aqui e nos outros espaços. Mais do que nunca, tamo junto!
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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