Cunha escreve o "Tchau Querida", cala-se na cadeia e manda recado a quem lhe deve
E não é que o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, considerado por muitos observadores como um dos maiores gângsters que a política nacional produziu está a escrever um livro sobre as patifarias e cafajestada que ele e seu bando perpetraram?
A vida é realmente pródiga em pegar os seres humanos de surpresa, assim como muda destinos, inusitadamente, tais quais às surpreendentes vazantes e cheias das marés ou uma doença que de repente toma conta de seu corpo, sem você esperar.
E não é que o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, considerado por muitos observadores como um dos maiores gângsters que a política nacional produziu está a escrever um livro sobre as patifarias e cafajestada que ele e seu bando perpetraram?
É isto mesmo. Cunha, um dos maiores responsáveis por um golpe de estado predador e que abriu caminhos para que sua quadrilha tomasse o poder presidencial por intermédio do infame e abjeto Michel Temer, é também responsável, juntamente com o playboy e golpista Aécio Neves, que até hoje não foi preso, pela ascensão ao poder do fascista Jair Bolsonaro que, com o apoio dos militares, está a desmontar o Estado nacional e a realizar o pior governo de todos os tempos, no que diz respeito aos prejuízos criminosos, pois deliberados, contra os interesses do Brasil, dos trabalhadores e aposentados.
Porém, voltemos ao livro de Eduardo Cunha, o sociopata que desde os tempos de sua presidência na Telerj, em 1991, é acusado e denunciado por cometer malfeitos, a exemplo de crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, contas não declaradas na Suiça, tráfico de influência, abuso de poder, prevaricação, peculato, concussão, além de responder por ter recebido propina proveniente dos desmandos na Petrobras.
O collorido Eduardo Cunha, que no passado foi tesoureiro do comitê eleitoral de Fernando Collor no Rio de Janeiro, agora é um escritor de memórias. E escolheu o nome do livro: "Tchau Querida!" Trata-se de um deboche praticado por um sociopata contra a presidente legítima e constitucional Dilma Rousseff.
Cunha, mesmo a estar em prisão domiciliar após puxar alguns anos de cadeia, por ter cometido um rosário de crimes, como se fosse um serial killer, demonstra arrogância, impiedade e denota ausência de arrependimento por ser um dos principais golpistas, que levaram à divisão do País e à ascensão, de um neofascista, como já afirmei, à cadeira da Presidência da República.
Não sei a que ponto esse sujeito nefasto à vida nacional irá abrir o bico em seu livro, que, evidentemente, não se pronunuciará sobre os crimes dos cúmplices que lhes foram leais, mesmo quando o STF o afastou da presidência da Câmara, quando até então se valia de sua posição para seus propósitos pessoais e nada republicanos.
A verdade é que mesmo preso tal patife se manteve de boca fechada, bem como o bando da Lava Jato, liderado pelo Marreco ou Mazzaropi (Sérgio Moro) e o Bispo (Deltan Dallagnol), jamais quis repercutir e utilizar em seus processos dantescos, partidários e persecutórios os depoimentos e segredos de Cunha, vindos diretamente dos subterrâneos fétidos e podres da política nacional.
De acordo com colunistas da imprensa de mercado e aliada do político quando da época do golpe, Cunha escreveu 30 páginas de seu futuro livro. Não se sabe, por sua vez, se o "escritor" falará sobre a retaliação contra a mandatária de esquerda, por ela não intervir a seu favor no que é relativo às investigações do MPF e PF contra sua pessoa.
Investigado, Cunha retaliou em sórdida vingança contra a presidente Dilma, que terminou com um impeachment escabroso, pois nitidamente um golpe de estado travestido de civilizado e legal, quando, na verdade, tratou-se de crime de alta traição e da maior farsa da história deste País, com a garantia e cumplicidade do Supremo Com Tudo (SCT), que vem a ser a vergonha, o vexame e a desgraça do Brasil.
A verdade é que tais colunistas cúmplices de um golpe de estado travestido de legal e legítimo estão a repassar, e com endereços certos, o recado de Eduardo Cunha àqueles que lhes devem favores e o esqueceram no limbo do isolamento e da solidão.
Trata-se de um sujeito perigoso, que deve ser levado a sério. Um indivíduo frio e paciente, que foi preso e não delatou ninguém de importância, bem como contou com a "cooperação" dos varões de Plutarco da Lava Jato, grupelho político de direita, que agiu na clandestinidade, nos porões da ilegalidade, e a realizar atos e ações à margem da lei.
Crimes até hoje não investigados, como no caso da gravação dos advogados de Lula, a troca de informações com o FBI e CIA sem a chancela do Ministério da Justiça, e o vazamento criminoso de diálogo entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula repercutidos, incansavelmente, pela cúmplice de golpe, a Rede Globo, dentre muitos outros crimes, covardias e perseguições cometidos impunimentes, até porque a Justiça, o MPF e a PF entraram, vergonhosamente, de cabeça no golpe de estado de 2016.
Enfim, Eduardo Cunha escreve o "Tchau Querida", cala-se na cadeia e manda recado a quem lhe deve lealdade e fidelidade, assim como seus incontáveis inimigos estão atentos no que é referente ao livro-recado de um gângster, que demoliu a democracia no Brasil, enfraqueceu o estado de direito e derrubou um governo legítimo e referendado pelas urnas. Cunha, na verdade, tem de se cuidar para que sua vida não se transforme em "Tchau, Querido!" É isso aí.
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