CUT reafirma chamado a atos contra roubo em favor dos bancos
Atos em frente ao Banco Central, em Brasília e nas capitais do CE, PA, MG, PR, RS, PE, BA, SP e RJ, podem ser ponto de partida para uma ampla luta
Em Resolução, publicada nessa sexta (dia 10), a sua Executiva Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), depois de – entre outros pontos – criticar “a atual política monetária trava essa retomada e coloca a economia sob risco de recessão” e apoiar a crítica do “presidente Lula, endossada pelo movimento sindical, à taxa de juros escorchante“, reafirma sua posição e faz um chamado à mobilização:
Parar a sangria
A decisão da maior organização dos explorados do País é fundamental no sentido de chamar os sindicatos e o conjunto das demais organizações dos trabalhadores para se oporem à expropriação que atinge todo o povo trabalhador. Só nos dois último anos, foram mais de R$3,8 trilhões (mais do que toda a arrecadação federal, em 2021). Só para este ano, estão previstos que mais de R$2,5 trilhões arrecadados em impostos e taxas federais sejam despejados nos cofres dos banqueiros sanguessugas.
A farra é garantida pela “autonomia” do Banco Central, totalmente dependente dos interesses dos banqueiros e sem qualquer controle popular ou até mesmo do governo ou do Congresso eleito com o voto de milhões de brasileiros. Evidenciando a verdadeira ditadura dos bancos, os juros médios que nos primeiros nove meses de 2021 eram de 2,52% ao ano, chegaram a 13,75% a.a. no ano passado e se mantém nesse patamar estratosférico. Todo o povo brasileiro é condenado a trabalhar para alimentar o voraz apetite de meia dúzia de parasitas que cobram as mais altas de juros do Mundo.
E, de nada adianta pagar, porque a dívida pública não para de crescer. Só ano passado, aumentou R$464 bilhões, cresceu de R$7,643 trilhões para R$8,107 trilhões, mesmo com os bancos tendo recebido quase R$2 trilhões, apenas do orçamento federal.
Mobilizar de verdade
O chamado da CUT – também aprovado – na reunião das frentes , no último dia 2, da qual participamos, precisa se transformar em uma ação efetiva, dos sindicatos, comitês de Luta, partidos de esquerda, movimentos de luta do campo e da cidade etc.
Para isso, é preciso passar imediatamente à mobilização, nos bairros, locais de trabalho e de estudo, convocando os trabalhadores e a juventude a ganharem as ruas, para que os atos não sejam apenas atividades demonstrativas de dirigentes.
É preciso exigir a imediata e drástica redução da taxa de juros de 13,75%, que nas mãos dos bancos se transforma na cobrança de juros de mais de 400% a.a das dezenas de milhões de endividados do País.
É preciso ganhar as ruas pelo fim do controle do Banco Central pelos banqueiros (disfarçado de “autonomia”). Pelo fora Campo Neto, bolsonarista, “pau mandado” dos banqueiros.
Junto com estas reivindicações, o movimento operário precisa levantas a luta pelo aumento real do salário mínimo e pelo fim do imposto de Renda (IRPF) sobre os salários e a imposição de um imposto único sobre os lucros e as grandes fortunas. Além da necessária revogação de todas as “reformas” dos governos golpistas de Temer e Bolsonaro contra o povo trabalhador.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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