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Roberto Moraes

Engenheiro e professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ)

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Datacenters no Brasil e no mundo e seu papel estratégico na geoeconomia e geopolítica

"Sem controle dessas infraestruturas digitais, pessoas e instituições perdem sua autonomia e as nações, sua soberania", escreve Roberto Moraes

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Há no mundo um número que pode se estimar entre 7 mil e 10 mil datacenters, cerca de 1/3 deles nos EUA. O número exato é cada vez mais difícil de ser identificado pelas questões de segurança e soberania cibernéticas.

Saber no número total desta importante infraestrutura digital é menos importante do que conhecer a sua capacidade de armazenamento e processamento de dados, que implica em enorme consumo de energia e água.

O aumento da quantidade dessas instalações está ligado de forma especial à algoritmização, extração de padrões que depende de modelagens ligadas à chamada inteligência artificial. Cada vez mais as grandes corporações de tecnologia controlam essas infraestruturas, assim como as redes (cabos submarinos) que as interligam aos usuários intermediados também pelas operadoras de telefonia (comunicação).

O simples acesso a um email, uma busca no Google, acesso ou guarda de uma foto do Drive, um clique numa postagem nas mídias sociais, uma música ou filme no streaming, tudo isso, demanda o uso dessas infraestruturas em velocidades de nanosegundos consumindo energia. Se estima que uma consulta no tal ChatGPT ou similar, pode consumir até 25 vezes mais recursos que uma busca convencional no Google.

Sem controle dessas infraestruturas digitais, pessoas e instituições perdem sua autonomia e as nações, sua soberania.

O mapa acima foi produzido pela empresa de consultoria do setor, a Datacenter Map que informa que o Brasil possuía, em 2023, um total de 135 instalações tipo datacenter, número que é 628% maior do que existia dez anos antes, em 2013 no país. Boa parte deles sob controle de poucos agentes vinculados às Big Techs e a grupos financeiros.

O governo federal começou a desenhar um Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), sob a coordenação de Ministério da Ciência e Tecnologia e se tem a expectativa que o resultado dele, aponte projetos de políticas públicas que viabilize infraestruturas digitais (redes, datacenters e desenvolvimento de expertises), institucionalidades e financiamento que ofereçam ao país, um mínimo de independência nesse setor estratégico no capitalismo contemporâneo, geoeconomia e geopolítica. A ver!

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