Democratas não comemoram o Golpe de 64
A bem da verdade o Brasil está nas mãos de um idólatra de torturadores sanguinários, que tem reduzido as decisões mais importantes do País, em 140 caracteres de seu twitter pessoal
Entre baionetas, seqüestros, torturas e execuções, desmemoriar ou quem sabe até desmemorar, no tempo em que incomoda centenas de alguns, agrada a milhares de muitos outros.
Bóris, era um jovem negro revolucionário dos anos 60, que vivia em choque com a sociedade daquela época e era apaixonado por Siroca, uma doméstica jovem, com uma sabedoria ímpar e seus constantes problemas em sua profissão.
Então na noite de 31 de março de 1964, Boris viu o presidente João Goulart (O Jango), pressionado pelos militares, abandonar a presidência e fugir para o exílio no Uruguai de onde retornou morto 12 anos depois.
Na noite da véspera, Jango compareceu ao ato pelos 40 anos da Associação de Subtenentes e Sargentos da PM, no Automóvel Club do Rio de Janeiro, onde fez seu último discurso. Pregou a observância da lei e da ordem, mas defendeu as reformas de base e um país com mais justiça social. Esse discurso foi o estopim para que o general Mourão Filho antecipasse o golpe, ordenando que as tropas da 4ª Divisão de Infantaria comandadas por ele em Juiz de Fora (MG), seguissem para ocupar a cidade do Rio de Janeiro.
Bóris desrnorteado com os acontecimentos do dia 31 e foi ao encontro de Siroca para contar-lhe o acontecido, mas a amada viajou às pressas com os seus patrões, sem deixar sequer um bilhete de despedida.
Revoltado, o jovem revolucionário começou então a iunir-se com dezenas de outros jovens revolucionários para tentar “fazer a sua parte”e protestar contra o novo regime a ser instaurado.
Dia a pós dia, noite após noite, Bóris culpava o Golpe de 64 pela perda de seu grande amor, até o dia que foi sequestrado, torturado e morto durante a ditadura, por ser um “comunistinha safado”.
No fim dos anos 70 e início dos anos 80, Siroca retorna do Paraguay já formada em Psicologia e até hoje busca por informações de Bóris (que morreu a procura e sem sucesso do paradeiro de seu grande amor), que foi apenas declarado como desaparecido.
Essa poderia ter sido uma história real, apesar de conter elementos reais, de um capítulo triste e lamentável da história do Brasil, mas é apenas uma neo-ficção com elementos reais.
O Bóris desse texto, foi inspirado no Bóris , o Vermelho de Jorge Amado (1912 – 2001), romance que não chegou a concluir, mas que poderia muito bem ter esse final trágico do nosso Bóris.
Essa história é apenas o pano de fundo para demonstrar que só comemora o Golpe de 64, quem tem afinidade com tudo o que ocorreu nessa época. Ou seja, o verdadeiro democrata, jamais em tempo algum vai comemorar, os piores anos da história do Brasil.
Segundo o site memorial da democracia, “O golpe de 1964 interrompeu um dos períodos mais participativos e democráticos da nossa República e submeteu o Brasil à mais longa e terrível noite de sua história. Foram 21 anos de opressão, retrocessos nos direitos dos trabalhadores e agravamento das desigualdades sociais. O Brasil, que já era um país profundamente injusto, tornou-se ainda mais desigual. Mas o povo jamais renunciou a lutar. Em condições extremamente difíceis, ele encontrou ou criou brechas para seguir batalhando. Ditadura, nunca mais.
Geraldo Vandré – Pra não dizer que não falei das flores.
“ Vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer”…
Confira aqui:
A Comissão Nacional da Verdade- CNV , confirmou em seu relatório final 434 mortes e desaparecimentos de vítimas da ditadura militar no país. Entre essas pessoas, 210 são desaparecidas.Fonte: EBC Agência Brasil.
Confira aqui:
Os Cantores e compositores Chico Buarque e Gilberto Gil, souberam muito bem expressar o que foi 64 em “Cálice”.
“Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue”.
Confira aqui:
“31 de Março de 1964. Devemos , sim, comemorar essa data. Afinal de Contas foi um novo 7 de setembro[…] O Brasil merec os valores dos militares de 1964 a 1985”, disse o presidente Jair Bolsonaro, que em 100 dias de governo, só envergonha o exército brasileiro com sua inabilidade administrativa, interferência dos filhos, limitação de ideias e instabilidade governamental.
A questão mais importante disso tudo é que o País está nas mãos do principal admirador do ditador paraguaio Alfredo Strossner (Mais de 18 mil pessoas foram torturadas e mais de 400 foram executadas ou desapareceram no período do stroessnismo.) Fonte Carta Capital, reveja aqui.
Bolsonaro também tem como herói o torturador mais famoso da ditadura militar do Brasil , o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, chamando-o de “o pavor de Dilma Rousseff”, por ter comandado as sessões de tortura contra a ex-presidenta (( onde colocar ratos na vagina), que foi presa durante esse período.
Reveja aqui.
A bem da verdade o Brasil está nas mãos de um idólatra de torturadores sanguinários, que tem reduzido as decisões mais importantes do País, em 140 caracteres de seu twitter pessoal. Um cidadão que está no palanque desde sempre, que criou ruídos altíssimos com o Congresso e que tenta a contragosto do povo, aprovar uma reforma da Previdência que só beneficia empregadores e militares.
Saber se a ditadura militar de 64 a 85 foi boa, onde sempre irá dividir mais ainda o País já foi dividido em extremistas dos dois lados, nós só vamos saber lá na frente, Porém foi inegável que foi graças a ela que chegamos a redemocratização com Tancredo Neves e José Sarney . Uma abertura política necessária para o fortalecimento do voto direto e da consolidação do Estado Democrático de Direito, com a Constituição de Ulysses Guimarães em 1988.
A ditadura foi tão mal necessária, quanto a eleição pródiga e inescrupulosa de Jair Bolsonaro, da qual foi baseada em fake news, contra o seu principal adversário.
O Mundo inteiro sabe que a prisão de Lula (o maior presidente populista desse País), foi preponderante para a retomada do poder pela extrema direita reacionária e anti-democrática, que descansava sob o manto de edredons e pijamas, no ostracismo da história brasileira.
Se Lula, o maior preso político da história mundial não fosse preso, certamente esse cenário seria outro e, não teríamos que conviver com “ordens para comemorar”, este que foi sem dúvida o pior período da história do Brasil.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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