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    Descer do palanque

    Apesar do esforço da jornalista Eliane Cantanhêde, a oposição não arreda o pé do palanque. De um lado da escada, o de cima, Aécio Neves põe em suspeição o TSE e pede recontagem dos votos. Do lado de baixo, Dilma encerra o pleito e proclama diálogo

    Apesar do esforço da jornalista Eliane Cantanhêde, a oposição não arreda o pé do palanque. De um lado da escada, o de cima, Aécio Neves (PSDB) põe em suspeição o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pede a recontagem dos votos. Do lado de baixo da sacada, Dilma Rousseff (PT) encerra o pleito e proclama o diálogo. "Em lugar de ampliar divergências, tenho forte esperança que a energia mobilizadora tenha preparado um bom terreno para a construção de pontes", sacramentou a presidente eleita.

    Após a mais acirrada disputa eleitoral da história, desde 1955, dificilmente, o derradeiro epitáfio das urnas seria selado sem mais um carimbo da justiça. Infelizmente, a oposição alimenta no coração dos brasileiros um sentimento de divisão ao invés de estender a mão para uma conciliação.

    Coincidência ou não, Juscelino Kubitschek (JK), derrotou Juarez Távora, Adhemar de Barros e Plínio Salgado e governou o país em clima análogo.
    Com apenas um 1/3 dos votos, JK enfrentou dificuldades para tomar posse. Entre novembro de 1955 e janeiro de 1956, o Brasil contou com três presidentes. Após a posse, Juscelino ainda lidou com tentativas frustradas de golpe, aumento da inflação ano a ano, crescimento da dívida externa e disparada da dívida pública. Usou, porém, o poder estatal para cooptar udenistas da época, a exemplo do baiano Antônio Carlos Magalhães, o que garantiu a governabilidade necessária para travar o andamento de comissões parlamentares de inquéritos (CPI).

    Sem endividar o país, a presidente Dilma Rousseff tem o desafio de fazer 12 anos em 4 de governo. Isso, caso queira, pôr o partido em condições de disputar o pleito de 2018 em pé de igualdade com a oposição tucana, que mostra disposição a transformar o Congresso Nacional num palanque 24 horas conectado com as urnas.

    Enquanto a tarefa de Dilma é governar, a missão da oposição é não deixá-la trabalhar. Existe, contudo, um fosso entre o parlamento e o Executivo, que requer uma dose de hospitalidade baiana e certo charme carioca para persuadir gregos e troianos a descerem do cavalo de guerra e ouvirem uma nova bossa com os inocentes do Leblon.

    Sócrates Santana é jornalista e ex-assessor de imprensa do governador Jaques Wagner.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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