Desmonte e muita repressão pela frente
Os sinais reais do governo golpista caminham na direção do fortalecimento do estado policial, onde a repressão ganha cada vez mais importância
A relação juventude e poder público deve se tornar bastante conflituosa neste atual momento do Brasil.
A preocupação com o rumo das políticas públicas de juventude só aumenta com os anúncios e medidas adotadas na primeira semana do governo ilegítimo do Michel Temer.
Nos últimos 10 anos , tivemos diversos e importantes avanços nas políticas para a juventude brasileira. Essas conquistas aconteceram graças às mais diversas mobilizações dos jovens e também pelo compromisso dos governos Lula e Dilma com essa nova geração. A última década assistiu expressivos avanços na ampliação do acesso aos direitos sociais, com destaque para educação, os marcos legais(PEC e Estatudo da Juventude) e a compreensão do jovem como sujeitos de direitos.
Os sinais reais do governo golpista caminham na direção do fortalecimento do estado policial, onde a repressão ganha cada vez mais importância.
Se nós considerarmos os antecedentes, o passado do ministro-golpista da Justiça, fala por si só e vemos o quanto está ligado a postura da repressão e ataques aos direitos adquiridos. Quem conviveu com a sua gestão nos últimos anos em São Paulo, sabe e conhece bem a política que ele defende para os jovens: TIRO, PORRADA e BOMBA.
Como ele já bem afirmou, nenhum direito é absoluto e muito menos para os jovens que se manifestam e lutam pelos seus direitos e por mais conquistas sociais.
Na visão do Alexandre de Moraes, os atos, as ocupações e a luta dos estudantes, dos jovens de todo Brasil pela Democracia, por mais educação, contra o roubo da Merenda, pela Juventude Viva entre outras, são considerados "atos de guerrilhas" e por isso precisam ser reprimidos.
O primeiro sinal do governo ilegítimo foi acabar com as políticas transversais e a diversidade das políticas públicas. O fim do Ministério das Mulheres, igualdade racial, juventude e direitos humanos têm o objetivo de secundarizar essas pautas e estrangular as diversas políticas inclusivas e transformadores dos últimos anos.
O que será do ProUni, FIES, das universidades, do Estatuto da Juventude, do ID Jovem e do Plano Juventude Viva, que reúne ações de prevenção para reduzir a vulnerabilidade de jovens negros a situações de violência física e simbólica, a partir da criação de oportunidades de inclusão social e autonomia para os jovens entre 15 e 29 anos?!
Um governo golpista e ilegítimo, liderado por Temer/Cunha e agora com Alexandre de Moraes que não respeitou e não respeita à constituição, manda seus recados e sinalizações contra as maiorias.
Onde estão os jovens, os negros, as mulheres, os LGBTs, os quilombolas, indígenas nesse desgoverno? Em menos de uma semana assistimos o desmonte de toda a pauta social, responsável por importantes conquistas na última década.
Pela frente não é possível observar algo além de mais violência, repressão, encarceramento, privação de liberdade. É o caminho para um estado policial onde os direitos, as garantias constitucionais, principalmente dos jovens, dos mais pobres e negros serão restringidos, serão alvos de fortes ataques e reação dos movimentos combatidas com muito rigor.
Neste momento precisamos de muita unidade para reconquistar a democracia em nosso país e isso passa pela retomada da agenda social, duramente atacada no atual momento.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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