Dez sinais indicam que Bolsonaro (e sua camarilha) preparam a antessala de uma ditadura
O professor Robson Sávio Reis Souza coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas (Nesp) descreve, em dez pontos, as evidências que indicam a preparação de um golpe por Bolsonaro e o grupo ao seu redor
Robson Sávio Reis Souza
1. Incentivo ao armamento da população para formação de milícias civis, sendo que o armamento da população favorece a articulação das milícias militares com civis, formando grupos paramilitares.
2. Instrumentalização das Forças Armadas e instituições policiais, através de privilégios concedidos discricionariamente a essas categorias, formando um exército fidelizado a ele e não à Constituição.
2.1. Militarização do governo, em parceria com setores reacionários das Forças Armadas, com milhares de militares mobilizados e à sua disposição, das mais altas às baixas patentes.
3. Aliança com os lobbys econômicos que atuam no Congresso para a manutenção de uma base parlamentar fidelizada na precedência dos interesses privados e corporativos, à base do "é dando que se recebe".
4. Favorecimento de grupos econômicos dispostos à pilhagem do patrimônio nacional (rentistas, garimpeiros, madeireiros, grupos econômicos privatistas, conglomerados financeiros internacionais, principalmente norte-americanos), em troca de apoio e financiamento.
5. Formação de uma rede de comunicação com grupos empresariais midiáticos alinhados a ele e ataque e desqualificação da imprensa democrática e alternativa, aliciando esses veículos de comunicação e seus comunicadores.
6. Desconstrução do Judiciário e do Parlamento, assim como ataque às instituições republicanas (caracterizadas por ele como inimigas do povo).
7. Aparelhamento de órgãos de Estado: PF, ABIN, Receita Federal, antigo Coaf.
8. Cooptação de órgãos de controle, como Ministério Público, e setores do Judiciário, para acobertarem a corrupção de seus filhos, ministros, políticos, juízes e outros em troca de favorecimentos a grupelhos políticos desses órgãos e poderes.
9. Parceria com lideranças e grupos religiosos conservadores, amalgamados em discursos moralistas, formando um "exército de novos cruzados", a troco de benesses para tais lideranças e privilégios fiscais para as "lavanderias de dinheiro da fé".
10. Investimentos maciços na criação e disseminação de fake news para manter mobilizada sua base social fascista e ultraconservadora.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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