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    Paulo Paim

    Senador pelo PT do Rio Grande do Sul

    67 artigos

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    Diálogo para salvar vidas agora e construir o futuro pós-pandemia

    Os países com sistemas de proteção social desenvolvidos têm maiores chances e melhores possibilidades de adotarem ações mais efetivas para salvaguardar a saúde dos cidadãos

    É inegável que o mundo passa por uma grande crise sanitária, econômica e social. Os países com sistemas de proteção social desenvolvidos têm maiores chances e melhores possibilidades de adotarem ações mais efetivas para salvaguardar a saúde dos cidadãos.

    Os países emergentes, como é o caso do Brasil, lidam com outros problemas como a pobreza, dengue e outras doenças, grande número de pessoas em situação de rua, pessoas sem acesso à água potável, saneamento básico e alimentação adequada.

    São pessoas muitas vezes invisíveis para as políticas públicas do estado e, também, para o mercado.

    Diante da crise que enfrentamos, é essencial que todos os setores - União, Estados, Municípios, representantes dos empregadores e empregados, aposentados, mercado financeiro - dialoguem para implantar medidas rápidas e enérgicas para debelar a disseminação do vírus.

    Até aqui, a União hesitou no seu papel de comandar as ações. Cabe precipuamente a esse ente chamar todos para uma grande mesa que, apesar de virtual, deve unir a todos para lutarem contra o inimigo comum, o coronavírus.

    Urge a adoção de todas as ações possíveis para salvar vidas agora. O conflito entre salvar a saúde da população ou a economia é ilusório. Não existe a economia sem as pessoas. Não precisamos de economia pujante com famílias incompletas e destruídas pelo Covid-19.

    Necessitamos, mais do que nunca, que a ciência econômica se irmane com as demais ciências, que também faz parte da economia. Uma deve nortear a outra. A nossa aflição imediata é a crise da saúde. Precisamos seguir orientações dos pesquisadores, médicos, enfim, das ciências da saúde, em seus diferentes ramos, que tem por objeto o estudo da vida, da saúde e da doença.

    Enfim, precisamos nos somar. Agora para enfrentar o pior inimigo da nossa saúde, oferecendo aos profissionais da saúde as condições necessárias para desenvolver seu trabalho e cumprir seu juramento. Faltam EPI's, falta segurança.

    Não podemos esquecer dos demais profissionais que estão nas ruas e nos campos, corajosamente, desenvolvendo atividades essenciais, possibilitando que a maioria da população fique em casa.

    Vencida a batalha contra o coronavírus, precisaremos nos manter unidos para recuperar a economia. Retomar o crescimento do país. Teremos de produzir mais, gerar empregos, trabalhar, distribuir riquezas e fazer a inclusão social tão aguardada. Todos dando sua cota de participação.

    Tudo isso somos capazes de fazer, desde que saibamos dialogar. Tenhamos a grandeza de deixar de lado as posições ideológicas, os interesses partidários. Nos desnudemos das vaidades e das ambições pessoais.

    O diálogo tem a capacidade de nos conectar e nos orientar para ações comuns e precisas para vencermos o coronavírus agora e, também, para salvarmos a economia depois.

    Afinal, temos um futuro após a pandemia e ele há de ser construído por todos nós, juntos.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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