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    Valéria Guerra Reiter

    Escritora, historiadora, atriz, diretora teatral, professora e colunista

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    Dignidade social e voto útil

    "Povo trabalhador, não jogue seu voto na lata de lixo das promessas vazias. Lute por dias melhores, dias de igualdade", escreve Valéria Reiter

    Urna eletrônica (Foto: José Cruz/Arquivo/Agência Brasil)

    Para promover a saúde das pessoas, o Governo Federal criou o Programa Dignidade Menstrual, uma iniciativa para promover a conscientização sobre a naturalidade do ciclo menstrual e a oferta gratuita de absorventes higiênicos.

    Você que está lendo este texto, realmente precisa ser impactado, afinal há o imanente do imanente, que segundo Deleuze é a vida, pura e simplesmente. E para valorizar cada vida no planeta, é preciso a ausência da eterna escravidão social do Homem. O estranhamento necessita ser inevitável diante do exposto ao lado; “programa garante a distribuição gratuita e continuada de absorventes higiênicos para cerca de 24 milhões de pessoas beneficiadas, que estão entre 10 e 49 anos, e que não têm acesso a esse item fundamental durante o ciclo menstrual”.

    Este tipo de programa governamental social vigente no país, como tantos outros similares, deveria ser, no mínimo, apenas um paliativo, olhado com certo estranhamento por parte da população, especialmente por revelar que existem pessoas ganhando 218,00 reais por mês no país. Procure ler sobre tal programa e verás que vivemos em uma nação onde tudo é possível para embotar um desenvolvimento real e geral.

    A política estrutural é uma fábrica de pessoas: sem letramento filosófico, sem senso de reflexão, e sem criticidade. E isto não nasceu agora, vem de séculos de existência. Há governos que tentam minimizar tal chaga.

    A escravidão está em todo lugar: a quantidade de escravos só aumenta. Pois, o número de nascimentos continua, principalmente em famílias paupérrimas. E se existem programas de aparência social e eleitoreiros, isto faz parte de um ciclo antigo.É doloroso viver dentro de uma guerra sem fim.

    Qual a guerra? A guerra entre o GRANDE EXPLORADOR e o EXPLORADO. A política é de salve-se quem puder. Um país atrasado onde a pobreza é o motor da vida e da morte possui suseranos e vassalos do imperialismo ocupando cargos viscerais para a tomada de decisões; e isto obviamente gera uma multidão de escravizados eternos.

    A escravidão no Brasil é sanguinolenta. Os presídios estão abarrotados, a população vive de migalhas; é vergonhoso o número de projetos do tipo “sepulcro caiado”, bonito por fora (na forma) e podre por dentro (no conteúdo). Quem tem acesso a este “benefício” dos absorventes? pessoas em situação de rua, estudantes de baixa renda e aqueles que tenham renda mensal até 218,00 reais por mês.  

    Pronto! O problema da desigualdade na Educação, geradora de falta de equidade está resolvido. Meu caro (a) estudante do Ensino Médio, quais são as disciplinas que você cursa na grade do E.M, após a infame Reforma? Aquelas que substituíram aulas de química, de biologia, de física por “Como fazer brigadeiro” e “O que rola por aí”? 

      Naturalmente queridas alunas, vocês não terão um futuro brilhante, mas durante sua fase menstrual terão garantidos seus absorventes higiênicos: talvez, morando nas calçadas do gigante Brasil...

    O que seria de muitos desassistidos, se não fosse alguns programas sociais? porém é urgente evoluir no ecossistema de uma sociedade, à guisa do sistema natural.

    O Brasil político não progride, temos toda sorte de caos, sociabilidade é apenas um termo. Se continuarmos no barco desorientado da deseducação, que agora admite candidatos megalomaníacos, que desejam ser mitos ou deuses,  seremos para sempre uma nação escrava, onde o melhor para o povo será sempre a subserviência eleitoral.

    A corrupção se esconde nas entrelinhas do poder, e não há cavaleiro redentor nenhum para salvar os “miseráveis funcionais”; cultivados por um sistema político que exclui.

    A educação aqui cravada é seletiva, e a cereja do bolo, se apresenta como rainha na mesa dos capitalistas.  O Brasil precisa sentar à esquerda da opressão, ficar longe do imperialismo empresarial sub-humano. 

    Se a palavra final é do povo, que as prefeituras do Brasil sejam ocupadas por gente comprometida com o bem-comum e a dignidade social.

    Povo trabalhador, não jogue seu voto na lata de lixo das promessas vazias, oriundas do mundo líquido dos influenciadores do lucro e da manipulação escravagista, lute por dias melhores, dias de igualdade.

      #ValReiterjornalismohistórico

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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