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    José Aníbal

    Senador suplente (PSDB-SP), ex-deputado federal e ex-presidente nacional do PSDB

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    Dilma e o fim do horário de verão

    Agora, os lulopetitas estão claudicantes, trêfegos, antevendo derrotas generalizadas nas urnas, sim, mas contando com a condescendência de manter o arremedo de presidente Dilma até 2018

    Em seu humor inteligente, José Simão revelou na Folha (edição 23/02/2016) para que serve a hora a mais que a presidente ganhou com o fim do horário de verão, no último final de semana. "E a Dilma ganhou uma hora. Vamos ter que aguentar a Dilma mais uma hora. Ela ganhou mais uma hora para quê? Pra sofrer!". Ele tem toda a razão. Dilma vai sofrer uma hora a mais. Vemos isso estampado na sua fisionomia. Mas não creio que seja pelo mal que tem feito ao Brasil. O mais provável é que seja pela dor que lhe causa a certeza de que o julgamento dos brasileiros sobre ela se consolidou: a mais desastrosa presidente da história do Brasil!

    Há um sentimento generalizado de que com ela as coisas, que já estão ruins, só pioram. O que Dilma anuncia como medidas de governo não passam de impulsos desesperados e comprovadamente incapazes de mudar sua nefasta trajetória. Um rosário de fracassos: anúncio de superávit que vira déficit bilionário; pacote de incentivo ao crédito quando os juros são mortais para o suicida que tomar um empréstimo hoje; um país inteiro refém de um mosquito que se multiplica à base de saneamento precário e falta de práticas e políticas de saúde pública.

    E a certeza de ser a condensação da crise deve alterar o metabolismo de Dilma, alimentar sua raiva por não ser reconhecida nas suas desastradas e estúpidas ações.

    Apesar de tudo, a ficha da presidente não caiu. O país tem razão em não lhe conceder o benefício da dúvida. Ao longo dos 14 meses de pesadelo do seu segundo mandato, nunca ouvimos dela uma autocrítica, o reconhecimento de erros e, principalmente, do sofrimento que causa aos brasileiros e do retrocesso dramático em que mergulhou o Brasil. As filas de desempregados, a recessão crescente, a deterioração dos serviços públicos, o desmonte da rede de proteção social, as epidemias, o descrédito e a desmoralização do país no mundo. Nada lhe causa vergonha, nada reduz sua arrogância e destemperos grosseiros para defender uma gestão ruinosa e corrupta.

    Dilma Rousseff conseguiu. Em tudo e por tudo, ela se aproxima do réquiem do governo Collor: o governo da propina, do fim de feira e, sobretudo, do salve-se quem puder.

    Vemos com preocupação que brasileiros dignos ainda questionem o impeachment ou outro procedimento para sairmos da crise. Como pode, dizem eles, que dois dos quatro presidentes eleitos, após a democratização, sejam apeados do poder por seus mal feitos? E, ao contrário disso, como será manter Dilma por mais três anos, apodrecendo com ela outras instituições? Afinal, o lulopetismo se compraz em tentar, usando de todos artifícios, em que calúnias e difamações são quase um detalhe, passar a ideia de que todos são iguais.

    A democracia é valor absoluto. Devemos cultivá-la sempre. Ainda e quando, e principalmente, essa mesma democracia permita a conquista do poder por uma organização criminosa travestida de partido dos trabalhadores. Unidos como organização suprapartidária, eles primeiro armaram o mensalão. Os brasileiros abominaram, mas condescenderam na sua condenação. Então, o lulopetismo dobrou a aposta. Intensificou o populismo do pão e circo, quebrou a economia e conseguiu seu objetivo maior de viabilizar o crime sem limites do petrolão. Já brindavam uma volta por cima, impunes, aptos para perpetuar seu projeto de poder. Mas quis o destino que ficassem ilhados por uma hemorragia de denúncias, confirmadas cotidianamente pela Operação Lava Jato.

    Agora, os lulopetitas estão claudicantes, trêfegos, antevendo derrotas generalizadas nas urnas, sim, mas contando com a condescendência de manter o arremedo de presidente Dilma até 2018. Se assim for, o "pra sofrer" do Macaco Simão vai deixar de ser uma referência a Dilma e atingir, como um mantra maldito, o Brasil e os brasileiros. Estamos condenados a dar errado? Fomos sem ter sido? Criamos e estabilizamos uma democracia de malfeitores?

    CollorDilma é uma sina da qual temos a obrigação de nos emancipar. E podemos. O desafio não deve ser maior do que nossa disposição para vencê-lo!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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