Dirceu no comando do PT revitaliza disputa presidencial de Lula-2026
O ex-ministro é um histórico guerreiro, que pagou preço alto pela guerra contra a Operação Lava Jato
O PT está se dividindo em relação à sucessão da atual presidente do partido, Gleisi Hoffmann, uma batalhadora inquestionável, que pontua contra os fascistas em todas as oportunidades que eles se voltam para tentar derrubar o presidente Lula, mediante golpes altos e baixos, intermitentemente.
Uma parte da militância está de acordo com a indicação ao cargo de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara.
O presidente Lula seria o avalista principal de Edinho, que tem serviços relevantes ao partido desde sempre, mas, convenhamos, o nome dele perde brilho se comparado a José Dirceu, histórico guerreiro petista de longas lutas, que pagou preço alto pela guerra contra a Operação Lava Jato e se encontra liberado das acusações que corriam contra ele na justiça, tudo fake news fascista.
Desde que se saiu vitorioso, no judiciário, viabilizando sua volta à política, o nome do ex-ministro da Casa Civil do primeiro governo Lula está em evidência,
Ele apoia decididamente a reeleição de Lula e vocaliza a principal luta do presidente contra seu desenvolvimentismo econômico distribuidor de renda: a taxa de juro elevada mantida pelo BC Independente, aliado da Faria Lima ao longo da presidência do neoliberal bolsonarista de carteirinha, Campos Neto, felizmente, já como ex-presidente de triste memória.
Como crítico forte do mercado financeiro especulativo, José Dirceu, se presidente do PT, ganharia relevância extraordinária, para defender, ao lado do presidente, outros setores econômicos e laborais, como CNI e CUT, em favor de pacto social contra a especulação que não deixa a economia caminhar sustentavelmente.
Reforçaria o que Gleisi já vem há tempos proclamando.
O PT, sob Dirceu, histórico líder do partido, teria personalidade para tocar a luta pela mobilização política do partido contra seu maior inimigo, a Faria Lima, ganhando, com isso, sonoridade elevada no Congresso, para onde deve voltar nas eleições de 2026.
MAIOR REPRESENTAÇÃO PARLAMENTAR
Para atingir a meta política essencial de elevar a representação do PT e da esquerda em geral no Legislativo, a fim de contrabalançar a hegemonia da direita e ultradireita que barra iniciativas parlamentares progressistas, a presença de Dirceu à frente do partido ganha relevância e sonoridade política bem maior do que a de Edinho de Araraquara, como estratégia de fortalecimento do partido.
Destaque-se que Dirceu tem circulado o país inteiro para aumentar sua interlocução com as bases petistas e seu discurso é o que elas querem ouvir: maior defesa da política econômica desenvolvimentista lulista, juros baixos, defesa dos BRICS, na alavancagem do multilateralismo, maior integração latino-americana, numa linha de esquerda, apoio ao bolivarianismo chavista na Venezuela, maior aproximação com a China e Rússia e cooperação com os Estados Unidos, desde que seja respeitada a autodeterminação dos povos, à qual Donald Trump ameaça romper com diversos países, com destaque para o México, ficando no espaço latino-americano.
São bandeiras levantadas por Dirceu que vão de encontro ao anseio político partidário petista para mobilizar as bases com vistas ao engajamento em favor do aumento da representação da agremiação nas eleições parlamentares de 2026.
Aumentar a representação política petista no Congresso contribuirá para fazer uma reforma constitucional que aprofunde a democratização do poder, modernizando instituições brasileiras, hoje, manipuladas pela direita e ultradireita, estimuladas pelo fascismo trompista em ascensão.
Por essas e outras é que o nome de Dirceu em comparação ao de Edinho ganha relevância pela maior dimensão política histórica que ele representa.
NOVAS CIRCUNSTÂNCIAS DETERMINAM OS ACONTECIMENTOS
Dirceu, por sua vez, tem dito que não quer ser novamente presidente do partido, experiência que exercitou e que o transformou em líder partidário respeitado de uma história construída em meio a grandes adversidades.
A direita e ultradireita vão fazer carga contra ele, por voltar ao protagonismo político elevado, mas as circunstâncias históricas constroem seu próprio enredo, independentemente da vontade dos líderes.
Estes são, na maioria dos casos, arrastados pelos acontecimentos.
A base petista, dividida, está cansada de ser acusada de conservadora, pró-partido democrata americano, conciliadora e de ter abandonado lutas caras ao partido ao aceitar, passivamente, conviver com o neoliberalismo.
O modelo neoliberal, de restrição monetária e fiscal, responsável por reduzir ou eliminar conquistas sociais dos trabalhadores, como a reforma trabalhista bolsonarista, a privatização de parte da Petrobrás, da Eletrobrás, reclama outra postura do PT, reconhecida como necessária pela própria militância.
Dirceu se sintonizaria ou não com essa demanda partidária essencial?
A massa petista está amorfa e rendida a uma conveniência de poder com a qual convive de forma insatisfatória, porque ela é, na verdade, a maior responsável pela derrota eleitoral municipal de 2024.
Vai caminhar no mesmo sentido para voltar a perder em 2026?
Quando o PT voltará para as bases, para o protesto, como antigamente, durante o domínio neoliberal de FHC etc?
Enfim, a massa crítica dentro do PT cresce pró-Dirceu e sua liderança estará sendo posta mais uma vez a um desafio histórico.
Se aceitá-lo, chegará ao Congresso em 2026 com força total para poder levar o PT a uma representação de gente grande no legislativo e não como mero coadjuvante de um presidencialismo em crise que está perdendo espaço para o semipresidencialismo neoliberal.
O jogo político de Dirceu, portanto, será revitalizar o PT para a sucessão presidencial, a fim de consagrar a reeleição de Lula.
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