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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Disputa em São Paulo não é Lula vs. Bolsonaro

"É dar muita moral para um inelegível em fim de carreira", diz Alex Solnik

(Foto: Reuters | ABR)

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É um erro enquadrar a campanha do segundo turno em São Paulo como uma batalha Lula versus Bolsonaro. 

É dar muita moral para um inelegível em fim de carreira chamá-lo para o palco eleitoral. 

Nunca mais vai haver Lula versus Bolsonaro. Porque um está inelegível até 2030 (por ora) e outro não poderá concorrer em 2030. Essa polarização acabou. 

Depois, uma campanha municipal nunca é nacional. Não está em jogo o destino de uma nação e sim de uma cidade. 

Kassab é o rei dos municípios, mas não tem poder nacional. 

Lula é o maior líder nacional, mas não tem o poder municipal de Kassab.   

A influência do presidente da República é pequena na eleição municipal. Ele está na capital federal. Quem influencia mais é o governador, que mora na capital do estado, participa do dia a dia. 

Além disso, como polarizar com um candidato do MDB, o partido que combateu a ditadura, apoiado por onze partidos do centro à direita, vários deles integrantes do governo Lula? 

A polarização tem apenas dois pólos. 

A outra questão é que quem propõe a polarização já se coloca num dos extremos, o que não atrai o eleitor municipal.

E tem mais. 

Combater Nunes é combater Bolsonaro? Dá para dizer que Nunes é um bolsonarista raiz? Dá para dizer que sua reeleição será uma vitória de Bolsonaro?  

Bolsonaro indicou o vice, mas não deu as caras na campanha. Zero. Fez live com seu vice, não com Nunes. Como então polarizar com um oponente imaginário? O padrinho de Nunes é o governador Tarcísio de Freitas, a polarização seria Lula versus Tarcísio. 

E interessa ao presidente da República polarizar com o governador do maior estado do país?

A polarização está com os dias contados. O maior exemplo foi a reeleição de Eduardo Paes, no Rio, apoiada por doze partidos, da direita, do centro e da esquerda.

Essa é a foto do Brasil depois de 2030.

Em vez da polarização, a coligação.   

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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