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    Eric Nepomuceno

    Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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    E ninguém faz nada?

    "Até quando o Genocida e seu bando aboletado justamente na Saúde vão continuar impunemente sendo uma ameaça letal aos brasileiros?", questiona Eric Nepomuceno

    Jair Bolsonaro na ONU e cloroquina (Foto: Reprodução | Reuters)

    Por Eric Nepomuceno, para o Jornalistas pela Democracia 

     São vários nomes pomposos. No Sistema Único de Saúde, o SUS que duramente sobrevive a Jair Messias, existe um grupo independente, formado por especialistas de várias áreas, a Conitec – Comissão de Incorporação de Tecnologias. Entre outras funções, cabe à Conitec indicar tratamentos a serem oferecidos na rede pública de saúde e, por tabela, na rede privada.

     Já no ministério de Saúde existe uma Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde.

     A tal Secretaria é ocupada por Helio Angotti Neto. A exemplo de seu chefe, o ministro Marcelo Queiroga, ele também ostenta um diploma de médico. Formado em 2003, foi professor universitário e trabalhou em hospitais. Chegou ao ministério da Saúde pelas mãos do nefasto general da ativa do Exército brasileiro Eduardo Pazuello.  

     Difícil entender como fez tudo isso – terminar o curso, virar doutor, virar professor, trabalhar como médico – diante do que ele acaba de dizer e da estupidez que acaba de demonstrar. Fácil entender a razão que levou Pazuello a convocá-lo: são da mesma laia.

     A história é bem simples: a Conitec recomendou o óbvio, ou seja, usar as vacinas disponíveis e não remédios como a cloroquina, que além de não ter eficácia alguma contra Covid-19 podem provocar efeitos colaterais graves.  

     E aí aparece o doutor Angotti Neto e impõe, pela sua secretaria de nome enorme e pomposo, exatamente o contrário: condena a vacina e defende a cloroquina.  

     Ao assinar a nota técnica com essa aberração, o doutor em questão demonstrou que, mais que um ignorante sem limites, é um criminoso. E deixou claro uma vez mais que idiotas podem incentivar crimes.

     Também ficou de uma clareza luminosa que seguir fielmente as maluquices do desequilibrado Jair Messias constitui sua única credencial para ocupar o cargo que ocupa.  

     Marcelo Queiroga, ao endossar semelhante iniciativa, confirma uma vez mais sua ilimitada cumplicidade com o Genocida. Além de atrasar ao máximo a vacinação de crianças, além de mentir da maneira mais descarada possível, agora apoia a cretinice do seu subordinado.

     O problema principal é que há médicos, e são um nutrido bando, que vão atrás dessa estupidez.

     Diante disso tudo, e de muito mais que acontece no ministério da Saúde num momento de crise gravíssima, pairam no ar várias perguntas: será que ninguém, absolutamente ninguém, vai fazer nada para impedir o que está acontecendo? Até quando o Genocida e seu bando aboletado justamente na Saúde vão continuar impunemente sendo uma ameaça letal aos brasileiros?  

     A lista de criminosos é sólida e robusta, e nela o nome do tal doutor cúmplice do Genocida aparece com destaque.

     Será que só depois de catapultados de onde estão Jair Messias e sua quadrilha responderão pelos seus atos?  

     O problema, tremendo problema, é que sobram indícios de que até lá o país continuará vivendo, também na saúde e em tempos de pandemia, debaixo de uma ameaça sem fim.

     Nada parece indicar que essa avalanche destruidora será contida.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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