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    Evilázio Gonzaga Alves

    Jornalista, publicitário e especialista em marketing e comunicação digital

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    É urgente uma aliança da sociedade contra o acordo dos predadores sociais

    É preciso construir o verdadeiro acordo nacional: o que tem compromisso com o país e não com interesses comezinhos dos diferentes grupos de predadores sociais. A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann anunciou que o partido vai propor uma aliança às demais siglas, sob as bandeiras da defesa da democracia e pelo impeachment do miliciano na presidência

    (Foto: Reprodução/Twitter CUT-DF)

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    Se a proteção do gângster foi comprada na Câmara Federal, o impeachment definitivamente passa a ser a bandeira de setores políticos e sociais cada vez mais amplos

    Até agora o maior vencedor da batalha que ocorreu em Brasília e nas estradas do país parece ter sido o pior grupo do centrão, comandado pelo ardiloso predador social Michel Temer. O site ligado a Dória, O Antagonista, que mantém relações com o grupo do chefe da traição a Dilma, diz que as tratativas que resultaram no acordão de aparente pacificação entre Bolsonaro e Alexandre de Moraes, começou a ser costurado há três semanas. Os protagonistas do acordo são, além de Temer, Ciro Nogueira, Gilmar Mendes, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco.

    De acordo com site de direita, o acordo prevê a rejeição da ação que pede ao supremo a derrubada dos decretos das armas; nova regulamentação em torno da Reserva Raposa do Sol e a transferência dos inquéritos das fakenews para Augusto Aras, para evitar que alcancem Bolsonaro e seus filhos.

    Bela Megale d’O Globo confirma o acordão, mas ressalta que seus termos e a forma como o processo aconteceu desagradaram alguns participantes do poder. De acordo com a jornalista do jornal carioca, entre os principais descontentes estão os militares palacianos. O núcleo militar, segundo Megale, avalia que Bolsonaro mostrou subserviência a Moraes, sem obter nada em troca e, desta forma, foi desmoralizado, o que provoca fortes danos na base do miliciano.

    Para os generais, ainda conforme a colunista d’O Globo, como os termos do acordo não são republicanos e, por isso, serão mantidos ocultos da opinião pública, Bolsonaro não terá como revelar à sua base que obteve vitórias com o que foi combinado.

    Parece haver exagero dos analistas que acreditam em um novo grande acordo nacional, como aquele que viabilizou o impeachment de Dilma e a traição de Temer. O acerto atual foi muito limitado, envolveu fundamentalmente o centrão, tendo apenas Gilmar Mendes como fiador da chamada direita histórica liberal (ou PSDB, que se não tem votos, mantém influência no alto baronato brasileiro).

    Da forma que foi divulgado pelos colunistas, o acordo prevê a manutenção do gangster até 2022. Se isso acontecer, mesmo com forte desgaste em sua base, impulsionada pela aparente rendição a Moraes, Bolsonaro poderá chegar até as próximas eleições ainda com grande força, o que prejudica o projeto da terceira via.

    É um cenário que desagrada os postulantes a esta posição, como Ciro, Dória, Eduardo Leite, Mandetta e outros.

    Como os termos do acordo não serão divulgados, pois provavelmente contêm abusos constitucionais, não há como saber se a questão da candidatura do miliciano está incluída. No Bom dia 247 de hoje, 10/09, foi especulado que o acordo pode incluir a garantia de que Bolsonaro não será candidato em 2022, em troca da blindagem jurídica para ele e seus filhos.

    A continuidade do pior governo na história seria uma vitória de Pirro, pois a incompetência dos militares e indicados pelas seitas evangélicas ou do centrão, que estão à frente da administração, não permite a menor expectativa de melhora da gestão do país e das condições de vida da população.

    Provavelmente, no acordo com o STF, foi acertada a liberação dos precatórios para melhorar a situação financeira do governo. São cerca de R$ 40 bilhões, que deverão ser direcionados para a bolsa família, com a nova maquiagem bolsonarista, e a realização de algumas obras eleitoreiras. O dinheiro liberado também viabiliza o repasse dos aproximadamente R$ 20 bilhões, para as emendas parlamentares combinadas com o centrão, para bloquear o impeachment.

    O tempo para as manobras do governo federal é escasso. O país já está entrando no período das festas de fim de ano e o limite para grandes ações ou nomeações governamentais é abril, conforme determina o calendário eleitoral.

    Além disso, se a proteção do gangster foi comprada na Câmara Federal, o impeachment definitivamente passa a ser a bandeira de setores políticos e sociais cada vez mais amplos. Alguns porque pretendem deter a corrosão acelerada do país e outros por cálculo eleitoral.

    Do ponto de vista do campo democrático e progressista, o que tem verdadeiro compromisso com o país e seu povo, é preciso tensionar a corda, pois a cada dia que o gangster permanece no poder, o Brasil se aproxima mais de um desastre de proporções inimagináveis. A bandeira do impeachment, ou a cassação da chapa com Mourão (a melhor solução), é mais pertinente do que nunca.

    Desta forma, é preciso construir o verdadeiro acordo nacional: o que tem compromisso com o país e não com interesses comezinhos dos diferentes grupos de predadores sociais. A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann anunciou que o partido vai propor uma aliança às demais siglas, sob as bandeiras da defesa da democracia e pelo impeachment do miliciano na presidência.

    É um caminho a ser percorrido com urgência, para denunciar o acordo dos predadores sociais, fortalecer a bandeira do impeachment (ou cassação da chapa), estabelecer uma verdadeira aliança da sociedade e preparar manifestações que representem a maioria do povo brasileiro.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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