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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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Efeitos e causas do paradoxo venezuelano

Agora, com a reeleição garantida, voltamos a defender a soberania do povo venezuelano e o fim das sanções comerciais impostas

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de um evento perto de uma imagem do falecido presidente da Venezuela Hugo Chávez em Caracas, Venezuela, 4 de fevereiro de 2024 (Foto: REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria/File Phot)

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No período que antecedeu as eleições na Venezuela, principalmente depois que Nicolás Maduro disse que haveria ‘banho de sangue’ no país caso não se reelegesse, não era incomum ser indagado pelos liberais se aquilo era normal, se a esquerda ainda apoiaria Maduro.

Normalizar derramamento de sangue caso a vontade de um mandatário não seja respeitada, é temerário quando a visão é percebida de forma simplista, sem análise razoavelmente estudada. O que para os detratores de Maduro é impossível.

O próprio Presidente Lula se viu desconcertado com a infeliz frase de Nicolás. Lula teve de passar a limpo as palavras antes de serem ditas, porque seriam desviadas de seus sentidos pela extrema-direita articulada nas redes, e ativistas antipetistas que usam órgãos de concessão pública como palanque.

O cerne da questão está no interesse dos EUA na exploração do petróleo venezuelano. Ponto. A soberania do país vem sendo colocada em risco permanentemente, desde que o Presidente Hugo Chávez, que era bolivariano, socialista e anti-imperialista, nacionalizou setores estratégicos, contrariando e afastando interesses internacionais, travestidos de investimentos.

A aproximação com Cuba e os projetos em saúde e educação tornaram Hugo Chávez ícone popular no país, ao mesmo tempo em que sua imagem era a de um ditador autoritário para o resto do mundo, tendo sofrido tentativas de golpe da oposição aliada aos parasitas liberais, também conhecidos como ‘elite’.

Esse pequeno mapa das relações entre os mandatos de Chávez e Maduro contra interesses internacionais apoiados pela imprensa, não justifica, mas traz luz às duras declarações do atual Presidente para manter resistente o cordão contra o imperialismo voraz. Nos dando a oportunidade de dizer que não defendemos a figura do Presidente, mas nos colocamos contra a invasão de um país por outro.

Agora, com a reeleição garantida, voltamos a defender a soberania do povo venezuelano e o fim das sanções comerciais impostas por aqueles que não fazem a defesa da democracia, mas a garantia da interferência em causa própria na economia da República Bolivariana da Venezuela.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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