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    Hélio Rocha

    Repórter de meio ambiente e direitos sociais, colaborador do 247

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    Eficácia e transparência pela saúde e economia

    Governo chinês busca medidas de rápida detecção, isolamento e reabertura de regiões com foco de Covid, para garantir o bem-estar do povo chinês e do mundo

    Mulher passa em frente a estabelecimento comercial durante pandemia de Covid-19 em Xangai (Foto: REUTERS/Aly Song)

    Por Hélio Rocha

    Publicado na China Radio International

    Desde o início de 2020, quando se espalhou pelo mundo o vírus da Covid-19, a China, primeira vítima da doença, buscou saídas eficazes para os problemas que decorrem da necessidade de fechar regiões e cidades, buscando conter a contaminação. Num país onde a higienização e o uso de máscaras já são hábito de longa data, a simples incorporação de medidas individuais pode ser insuficiente. Por outro lado, a adoção de longos períodos de isolamento social e fechamento da economia, numa nação de imensa integração com as demais pobres e emergentes, pode desencadear uma série de problemas econômicos, dada a importância que as trocas comerciais com a China adquiriram para metade do mundo, nas últimas décadas.

    Por isso, entre idas e vindas de fechamentos e aberturas, e para tranquilizar a comunidade global quanto aos baixos riscos de paralisação da economia chinesa, o governo central publicou, neste mês de dezembro, um documento listando dez medidas para dar transparência aos seus atos voltados ao combate à Covid-19. Dentre elas, destaca-se a delimitação de áreas de isolamento, com uso de inteligência e colaboração da população, para rápida detecção da doença e neutralização do espalhamento do vírus. Com a “vedação e liberação” rápida, sendo as regiões-foco liberadas após cinco dias do último caso, a socialização das pessoas e o funcionamento da economia não ficam prejudicados.

    Isso, aliado à aceleração da vacinação e ao mapeamento da população-chave, pode se mostrar fundamental para a saúde da economia chinesa e, muito além, para a economia mundial. Há de se considerar que trata-se de uma economia ainda emergente, que apesar de ser a segunda do mundo por Produto Interno Bruno (PIB) anual, ainda tem de lidar com problemas de distribuição de renda para uma população de quase 1,4 bilhão de pessoas, portanto este é um tema fundamental.

    Desde 2020, a China tem obtido números mundiais favoráveis, no que se refere à reação econômica às medidas de controle da pandemia. Basta lembrar que, neste período, o país erradicou a pobreza absoluta, e cresceu em média 5,1% (abaixo de seu histórico recente, mas acima de qualquer outro entre as nações mais afetadas pela Covid), porém com uma reação forte no último ano, de 8,1%. Ao todo, foram mais de 100 surtos da doença controlados, em quase três anos, e o menor número de casos e mortes entre as maiores economias do mundo. Os resultados aparecem ainda mais consistentes em 2022, com as importações e exportações chinesas crescendo 9,9% nos três primeiros trimestres deste ano.

    Contudo, mais que a própria prosperidade chinesa, a forma como o país responde de forma rápida aos focos de Covid-19 é importante para todo o mundo. Mais da metade do planeta tem, hoje, laços prioritários com as parcerias comerciais firmadas com a potência asiática, visto que ela se tornou uma das principais alternativas para os países pobres e emergentes, que buscam escapar da exclusividade imposta pela hegemonia da Europa, Estados Unidos e Japão após a Guerra Fria. Hoje, é impossível comparar a importância das medidas anti-Covid nos demais países com as chinesas, não somente pela questão demográfica e pela economia interna, mas também pelo papel global da China. Uma crise na indústria, no extrativismo e no setor de serviços, neste país, causaria transtornos a toda a cadeia de outras economias nacionais.

    Saber confluir os interesses humanos e econômicos como metas nacionais e com as necessidades da comunidade internacional, no caso do enfrentamento chinês à Covid-19, é algo que passa pelos princípios do Partido Comunista da China, já que ele preza pela assimilação dos anseios da classe trabalhadora, em primeiro lugar, sendo as necessidades de mercado uma ferramenta para a prosperidade, e não o contrário. Por isso, como órgão de representação dos trabalhadores no poder do Estado, ele não cede às pressões empresariais por entrega de dividendos econômicos imediatos, se isto não servir à classe trabalhadora da China e do mundo.

    Ademais, está preocupado com a inserção internacional do país, como parceiro global de diversas nações que, até poucas décadas atrás, não tinham com quem manter relações econômicas sólidas e saudáveis, resignando-se a serem provedoras de matéria prima e importadoras de bens de valor agregado, destinados a uma pequena elite. Hoje, diversos projetos de desenvolvimento da indústria, agricultura e pecuária de alta tecnologia, ou infraestrutura, nos países do assim chamado “terceiro mundo”, dependem da saúde econômica chinesa, ao que o país responde com diversas iniciativas de colaboração mútua em modelo “ganha-ganha” que desafogam dois terços da economia mundial.

    Tendo isso em vista, eficácia e transparência são a prioridade da República Popular da China, em seu plano de neutralização da Covid-19. Integridade do povo, bem-estar local e prosperidade global seguem as premissas dos atos de Governo do Partido Comunista da China, no que tange a saúde pública.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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