Eleições 2022: muita atenção
"O grande perigo é que, ao concentrar atenções apenas na disputa presidencial, a gente esqueça o Congresso", alerta o jornalista Eric Nepomuceno
Por Eric Nepomuceno, para o Jornalistas pela Democracia
Há um ponto nas eleições do ano que vem que deveria despertar intensamente nossa atenção: o Congresso.
Os olhos estão postos nos nomes que eventualmente serão candidatos à presidência: Jair Messias, Lula, Sergio Moro e, correndo por fora, Ciro Gomes. Digo “eventualmente” porque continuo achando que se não sair do fundo do poço para onde vem despencando, Jair Messias será candidato a deputado ou senador, porque precisa irremediavelmente do foro privilegiado, ou seja, impunidade.
Sem mandato, nem que seja de deputado federal, seu destino imediato será os tribunais. E de lá, para a cadeia.
É fundamental, em todo caso, pôr especial atenção no voto para deputado e senador. E isso porque se o de Jair Messias está sendo o pior, o mais abjeto e o mais perigoso governo da história da República – nem a sanguinária ditadura que durou de 1964 a 1985 e ele tanto elogia destruiu tanto –, o Congresso que surgiu no vácuo da eleição presidencial de 2018 é o mais medíocre, o mais ridículo, o mais perigoso desde a redemocratização.
Daqui a pouco vão começar a aparecer candidatos ao Congresso. E se de novo o eleitorado permitir que figuras grotescas como Daniel Silveira, o amontoado de cabos, coronéis e capitães, aberrações como Bia Kisis ou Carla Zambelli ou Joice Hasselman (esta peça de ironia, que de comentarista demitida pela Veja por tantos plágios cometidos virou deputada federal) voltem ao Congresso, quem quer que se eleja presidente (exceto, claro, Jair Messias) terá oceânicas dificuldades para governar.
É preciso em cada um dos estados brasileiros eleger para a Câmara e o Senado não exatamente parlamentares progressistas ou de esquerda, mas que tenham um mínimo de consciência, coerência e integridade.
Se é verdade que a política brasileira já não conta com pessoas da dimensão de alguns parlamentares do passado – isso vale tanto para Franco Montoro como para Darcy Ribeiro, para ficarmos em apenas dois exemplos – ainda é possível encontrar nomes de palpável grandeza.
Do meu ponto de vista estritamente pessoal, lembro que aqui no Rio de Janeiro, onde voto, começam a se insinuar no campo progressista nomes importantes. Imagino que isso esteja ocorrendo Brasil afora.
O grande perigo é que, ao concentrar atenções apenas na disputa presidencial, a gente esqueça o Congresso.
Jair Messias voltou ao lamaçal onde sempre esteve. Aliás, nem sei se é correto dizer “voltou”, já que ele continuou e continua o mesmo.
A questão é que, com isso, ele fortaleceu o baixo clero. E mesmo que seja esmagado nas urnas, vai ajudar a eleger grossos punhados de aberrações.
E é isso que precisamos evitar: um Congresso igual a este que está aí ajudando, e como!, a destruir conquistas de décadas, a destruir o Brasil.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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