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    Alex Solnik

    Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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    Em lua de mel, Marçal e Datena se unem contra a "Geni"

    "Candidatos resolveram baixar a bola alertados pelas pesquisas", diz Alex Solnik

    José Luiz Datena e Pablo Marçal (Foto: Reprodução/YouTube/Jornal da Record)

    Tal como gato escaldado que tem medo de água fria, a Record montou um esquema de segurança inédito em debates eleitorais, com detector de metais, copos de plástico, um exército de seguranças e os cambau, melhor prevenir do que remediar, depois de provocar a cadeirada num debate e o soco, no outro, todo mundo estava ansioso para ver qual seria a próxima provocação de Marçal. E quais seriam as consequências.

    Ninguém sabia como Marçal ia se comportar. Também escaldados, os três candidatos homens, com os quais Marçal já tinha tido ao menos um arranca-rabo, evitavam dirigir-lhe a palavra, preferindo dialogar entre si ou com as candidatas mulheres.

    E o debate rolou em céu de brigadeiro.

    Até que chegou a vez de Marçal escolher seu interlocutor. Entre Marina Helena e Datena, os disponíveis, ele optou por Datena. Pronto! Todo mundo ficou de cabelo em pé, esperando o primeiro pugilato da noite.

    Marçal, no entanto, fez a pergunta mais inocente do mundo, mais fácil de responder, na verdade levantou a bola para Datena fazer um gol de placa e ainda aproveitou para elogiar seu desafeto:

    “Com a sua experiência de jornalista, quem foi na sua opinião o pior prefeito da história de São Paulo”?

    Surpreendido pela gentileza, mas ainda desconfiado, Datena “pegou o código”, respirou fundo e passou a bater em Nunes, o que soou como música para o ex-desafeto. Desidratar o atual prefeito é tudo de que precisa para ir ao segundo turno.

    Na réplica, Marçal também bateu em Nunes, mas não abaixo da linha da cintura, como em debates anteriores. E manteve o respeito a Datena.

    Na sua vez de perguntar, já mais relaxado, Datena escolheu Marçal, e também levantou a bola para ele dar mais umas estocadas em Nunes:

    “Como fazer para acabar com a fome em São Paulo?”

    O impossível aconteceu. Marçal e Datena fazendo dobradinha contra o adversário comum e que foi, é claro, a Geni do debate.

    Desconfio que, alertados pelas pesquisas, os candidatos perceberam que o eleitor cansou da polarização, e que briga de rua não dá voto, tira, por isso decidiram baixar a bola e optar, nessa reta final, pela moderação.

    Tomara que o clima de lua de mel não seja apenas propaganda enganosa.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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