Em marcha para o ódio
O que aconteceu nos EUA deveria funcionar como um chamado de atenção também aqui, no Brasil, para que consigamos reagir a tempo e evitar que esse veneno também nos intoxique e nos leve a novas tragédias
A marcha de neonazistas em Charlottesville, nos EUA, empunhando bandeiras do regime de Hitler e dos estados americanos que lutaram contra o fim da segregação racial, escancara o tamanho do perigo que estamos correndo atualmente.
Foram alguns milhares de pessoas que saíram às ruas da cidade, curiosamente sob proteção policial, não para defender qualquer direito social, como a melhoria da educação pública, mas para defender a manutenção de uma estátua em homenagem a um dos símbolos da segregação racial e para expressar seu ódio contra judeus, muçulmanos, LGBT's e a imigração (leia-se a imigração de negros e latinos, já que muitos manifestantes também eram imigrantes ou descendentes), como se fossem essas as causas dos problemas de um país profundamente desigual feito os EUA.
A marcha acabou com cenas espantosas de violência. Um dos manifestantes racistas atropelou propositalmente com seu carro outros manifestantes que repudiavam o evento, deixando pelo menos uma pessoa morta e vários feridos.
O discurso de ódio alimenta monstros que achávamos estarem enterrados no passado mais triste da humanidade. Não é exagero da nossa parte quando o denunciamos e advertimos as consequências sociais, culturais e políticas que ele tem. O que aconteceu nos EUA deveria funcionar como um chamado de atenção também aqui, no Brasil, para que consigamos reagir a tempo e evitar que esse veneno também nos intoxique e nos leve a novas tragédias.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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